Oposição apoia Alcolumbre para presidente do Senado como estratégia para reverter inelegibilidade de Bolsonaro

Davi Alcolumbre (União-AP) será eleito o novo presidente da Casa neste sábado (1º), com aprovação da maioria expressiva da oposição e do pilar de suporte do governo Lula. O acordo marca uma aliança de "longo prazo" entre a tropa de elite da articulação bolsonarista no Senado, com o propósito, ainda antes de 2026, pôr em votação um projeto que pretende reverter a inelegibilidade de Jair Bolsonaro (PL).

A decisão foi alinhada, por nomes como Ciro Nogueira (PP-PI) e Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e fazem uma parceria de longo prazo. Em uma conversa franca, os líderes da oposição falaram para Alcolumbre que sabem que, por hora, ele iria se eleger presidente do Senado só com a ajuda de Lula, mas que um acordo com a oposição renderia a ele a reeleição para o Senado em 2027.

A oposição atua com o argumento de que, nas eleições de 2026, terá a maioria no Senado, apesar da candidatura ou não de Lula à reeleição.

Anteriormente, Alcolumbre será intimidado a realizar gestos a essa ala. O mais expressivo seria pôr em votação projeto que dá ao Congresso poder para retirar alegações de inelegebilidade pela Justiça Eleitoral. O principal beneficiário desse novo projeto, seria Jair Bolsonaro.

A anistia por tal condenação por colaborar nos atos de 8 de janeiro, por sua parte, só passaria a ser debatida quando tivesse veredito no Supremo.

Alcolumbre irá ganhar quase 30 votos da oposição, mesmo tendo três apoiadores declarados de Bolsonaro como adversários até o momento. Os senadores Girão, Marcos do Val e Marcos Pontes, o astronauta, se apresentam como pré-candidatos à presidência do Senado. "Juntando os três, não tem um adversário de verdade", declara um líder da oposição.