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Política

Oposição quer resposta sobre apoio de Bolsonaro à manifestação contra o Congresso

Presidente divulgou vídeo com chamado para o ato

Por Juliana Dias
Ás

Oposição quer resposta sobre apoio de Bolsonaro à manifestação contra o Congresso

Foto: Marcos Corrêa/PR

A quarta-feira de cinzas (26) foi marcada pela repercussão do compartilhamento pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, de ato contra o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal, do dia 15 de março. Partidos de oposição querem um posicionamento a altura dos presidentes da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM).

Até agora, apenas Maia se manifestou. Nas redes, escreveu que criar tensão institucional não ajuda o país a evoluir. O presidente da Câmara ainda colocou que só a democracia é capaz de absorver sem violência as diferenças da sociedade e unir a Nação pelo diálogo. Em uma referência ao slogan adotado por Bolsonaro nas eleições de 2018 (Brasil acima de tudo, Deus acima de todos), Rodrigo Maia adicionou que "acima de tudo e de todos está o respeito às instituições democráticas".

O líder da oposição na Câmara, Alessandro Molon (PSB-RJ), propôs uma reunião entre os presidentes das Casas do Congresso e as lideranças partidárias. "As forças democráticas deste país têm que se unir agora. É inadiável uma reunião de forças contra esse poder autoritário. Ou defendemos a democracia agora ou não teremos mais nada para defender em breve", ponderou. De acordo com o líder da oposição no Senado, Raldolfe Rodrigues (Rede), a democracia exige defesa e retaliação ao ocorrido. 

A executiva do Psol divulgou uma nota em que define o envolvimento de Bolsonaro com a manifestação como crime de responsabilidade e crime de improbidade. Em contrapartida, eles chamam uma manifestações durante o mês de março (8 de março, Dia Internacional de Luta das Mulheres; 14 de março, dois anos do assassinato de Marielle; 18 de março, Greve Nacional da Educação).

O governador de São Paulo, João Dória, colocou ser "lamentável" o apoio de Bolsonaro a uma manifestação contra o Congresso. "Devemos repudiar com veemência qualquer ato que desrespeite as instituições e os pilares democráticos do país", concluiu.

Representantes baianos no parlamento também se manifestaram. O senador Angelo Coronel (PSD), entende que vivenciamos uma crise institucional sem precedentes na história. Para ele, o "presidente ameaçar o Congresso pode gerar consequências graves. Senado, Câmara e Judiciário não devem se curvar e se calar. Ou se grita ou se acovarda".

A deputada Alice Portugal (PCdoB) conclamou a defesa da democracia: "todos, independentemente de partido ou opção ideológica, devemos nos unir em defesa da democracia. Está aberta a nova temporada da resistência".

O ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, lembrou que a harmonia e o respeito mútuo entre os Poderes são pilares do Estado de Direito, independentemente dos governantes de hoje ou de amanhã. "Nossas instituições devem ser honradas por aqueles aos quais incumbe guardá-las", registrou.

Nas redes, Bolsonaro minimizou ao explicar que compartilhou o vídeo com "algumas dezenas de amigos". "Qualquer ilação fora desse contexto são tentativas rasteiras de tumultuar a República", opinou.

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