Oriente Médio: Saiba como o Hamas lançou o pior ataque terrorista contra Israel no dia 7 de Outubro de 2023
O grupo terrorista Hamas invadiu o sul do Estado judeu por terra, céu e mar; assim se deu início à guerra mais sangrenta em décadas
Foto: Reprodução/Pixabay
No dia 7 de outubro do ano passado, a manhã de Israel foi marcada pelas primeiras sirenes de alerta começaram a soar. Mísseis e foguetes foram disparados da Faixa de Gaza, o menor dos territórios palestinos, contra diferentes partes do país. O grupo terrorista Hamas invadiu o sul do Estado judeu por terra, céu e mar.
A incursão, que só foi totalmente rechaçada três dias depois, deixou um rastro de destruição e cerca de 1,2 mil mortos, sendo a sua maioria civis.
Assim se deu início à guerra mais sangrenta em décadas na região, com aproximadamente 42 palestinos mortos em Gaza e desdobramentos no Líbano, Cisjordânia, Síria, Iêmen, Irã, Iraque e no Mar Vermelho.
Sinais de uma possível ação hostil foram captados na madrugada, antes do ataque
O escritório do chefe do Exército, general Herzi Halevi, é notificado às 01h30, entre a noite de 6 de outubro e a madrugada do dia 7, fontes de inteligência militar e do Shin Bet, o serviço de segurança interno de Israel, captaram sinais de uma possível ação hostil partindo de Gaza.
Halevi foi alertado duas horas depois, convocando uma reunião para tratar da ameaça. A reunião terminou após uma hora e meia de deliberações sem uma conclusão sobre o ataque ser iminente ou apenas desdobramentos de movimentos que vinham sendo monitorados há semanas.
Em solo israelense, as bases militares próximas a Gaza estavam com um contingente reduzido em razão da celebração judaica do Simchat Torá. Em algumas bases, os soldados foram autorizados a levar familiares para seus postos de trabalho durante o feriado.
Ataques aéreos
A partir das 06h29 (00h29 em Brasília), o Hamas lança um ataque aéreo massivo, com mísseis, foguetes e drones. Segundo as estimativas israelenses apontam que foram 2,2 mil projéteis disparados. Unidades distintas derrubam setores da cerca de proteção que dividem Gaza e Israel e entram no território inimigo por 60 pontos diferentes.
Cerca de 2 mil homens participaram da invasão, um número reduzido deles entrou por mar, em barcos rápidos e de pequeno porte, e por ar, usando paragliders.
Ataques contra civis e militares
Durante a incursão, homens do Hamas e de outros grupos armados palestinos atacam posições civis e militares. Assim como pequenos povoados e cidades, como Sderot, Nir'Oz e Zikim viram alvos.
O ataque de homens armados contra jovens reunidos no Festival Nova, de música eletrônica, está entre os incidentes mais letais. Tiveram cerca de 360 pessoas mortas. Entre as vítimas confirmadas no primeiro dia havia três brasileiros: Ranani Glazer, Bruna Valeanu e Karla Stelzer Mendes.
'Dilúvio de al-Aqsa' - prontos pra guerra
Mais de uma hora após o início da invasão, às 7h48, o principal porta-voz do Exército israelense, Daniel Hagari, anunciou que o país foi invadido. Minutos depois, o comandante militar do Hamas, Mohammed Deif, aparece em um vídeo reivindicando a autoria do atentado, revelando o nome dado à operação: "Dilúvio de al-Aqsa". As Forças Armadas de Israel (FDI) se declararam prontas para a guerra.
Civis e militares da reserva, ficaram à própria sorte
As forças israelenses tiveram dificuldade em dimensionar a gravidade da invasão. Apenas por volta das 10h30, a ajuda militar começou a chegar aos locais afetados em maior número, quase quatro horas após o início do ataque, período em que forças de resposta rápida, muitas delas formadas por civis e militares da reserva, ficaram à própria sorte.
Tropas de serviço em bases militares do sul e policiais em delegacias sob ataque foram ordenadas a resistir aos invasores, em alguns casos sendo massacradas, como na base de Nahal Oz, ocupada sobretudo por militares mulheres que trabalhavam com serviços de monitoramento. No total, 441 militares e policiais israelenses morreram no primeiro dia de combate.
Israel ataca alvos em Gaza
Às 10h50 (04h50 em Brasília), Israel ataca alvos em Gaza pela primeira vez. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirma que o país está em guerra às 11h35. À tarde, tropas especializadas e de elite começam a acessar distintas partes da área ocupada pelo Hamas, entrando em combate com as forças invasoras.
Durante a tarde, o processo de neutralização da ameaça e retirada dos civis da região começa a ganhar tração durante a tarde. Falhas foram identificadas durante a operação, apontaram apurações militares posteriores, incluindo demora de unidades militares de entrarem em zonas em que havia civis e inimigos armados.
Começo da Guerra
No dia 10 de outubro, as Forças de Defesa de Israel afirmam que a ameaça de homens do Hamas e de outros grupos armados palestinos em solo israelense foi eliminada totalmente, após três dias depois do começo das hostilidades.
A ofensiva vitimou quase 1,2 mil pessoas no país e deu início à guerra em Gaza, que já tirou a vida de aproximadamente 42 mil pessoas, de acordo com o Ministério da Saúde do Hamas.
O conflito se espalhou pela região, com hostilidades registradas no Líbano, Cisjordânia, Iêmen, Síria, Iraque, Irã e no Mar Vermelho.