Os novos desafios na geração de emprego

Sob taxa recorde de desemprego, brasileiros vivem assombrados pela burocratização do mercado e falta de iniciativas públicas.

Por Michel Telles
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Os novos desafios na geração de emprego

Foto: Divulgação

Desde 1870 —na “Grande Depressão”?—?que a economia mundial não é severamente afetada como no ano de 2020, em meio à crise gerada pelo novo coronavírus (COVID-19), segundo avaliação do Banco Mundial (BM). Ainda conforme o órgão internacional, a contração econômica ao redor do mundo vem sendo avaliada em 5,2%, fruto, principalmente, da estagnação das atividades econômicas. 

Perdendo apenas para os Estados Unidos (6 mi), o Brasil (3,8 mi) ainda é o segundo país que mais registra casos do coronavírus no mundo, segundo dados do Center for Systems Science and Engineering (CSSE)?—?Johns Hopkins University. Entre as consequências indiretas do alto índice de disseminação da doença, estima-se que 716 mil empresas fecharam as portas na pandemia e pelo menos 8,9 milhões de postos de trabalho foram desfeitos, segundo pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Registrando uma taxa recorde de desemprego nos últimos 3 anos (13,3%), mais de 12,8 milhões de brasileiros estão sofrendo sem seus ofícios, aponta a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Mensal (PNAD Contínua). Embora a flexibilização das atividades econômicas seja uma tentativa de abrandar o mercado após inúmeras baixas, os desafios na geração de empregos em um cenário pandêmico e pós-pandêmico para retomada da economia seguem em aberto. 

Segundo o empresário e pré-candidato a vereador de SalvadorCarlos Lopes, 61, os desafios para gerar emprego no Brasil coincidem com as poucas iniciativas públicas para trazer o trabalhador de volta ao mercado. O profissional afirma que desburocratizar a geração de emprego no país, dando mais autonomia aos novos empreendedores, é uma saída que precisa ser tomada com urgência para evitar que a crise se prolongue durante anos. 

“Temos uma mão de obra abundante e notável no Brasil, contudo, essa magnitude é perdida ou pouco aproveitada pela má administração, desinformação e distribuição não igualitária de recursos. Como é difícil retornar ao mercado formal, muitos brasileiros acabam optando por empreender, e isso tem gerado bons frutos, inclusive no que tange a geração de empregos. É papel do município simplificar o comércio desses empreendedores enquanto estuda políticas públicas e cursos profissionalizantes que beneficiem outros setores, mantendo o mercado sempre aquecido”, explica. 

De acordo com dados da “Serasa Experian”, 219 mil empresas foram abertas no mês de maio?—?durante a pandemia?—, sendo os microempreendedores individuais (MEI’s) responsáveis por 78% desses novos negócios. Acompanhando o crescimento da categoria de MEI’s e micro empresários brasileiros, Carlos explica que parte dos investimentos devem estar voltados à essa categoria, que vem sendo a base da economia em tempos de crise.

Para conter as dificuldades que irão recair sob o governo após a pandemia, devemos valorizar desde já os pequenos e microempresários, que contribuem com a geração de empregos locais e o desenvolvimento econômico e social da comunidade. Essas micro e pequenas empresas funcionam como um grande instrumento de redução da pobreza, sendo um pilar sólido para manutenção da economia futuramente”, elucida. 

Ainda segundo o empresário, o estímulo para a geração de emprego nacional deve ser feito através de cursos de capacitação (profissionalizantes), concessão de linhas de crédito, simplificação da política tributária e dos alvarás de funcionamento, implicando na transformação dos beneficiários do “Bolsa Família” em empreendedores.

Ao mesmo tempo que os MEI’s e micro empresários podem usufruir de maiores benefícios e engajar a geração de novos ofícios na pós-pandemia, outros trabalhadores, dos mais diversos setores da sociedade, serão igualmente beneficiados com políticas públicas, como a implementação de cursos preparatórios em parcerias público-privadas, tendo em vista a crescente demanda do mercado de trabalho por especializações e experiência na área”, conclui.                                                                  

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