Otan acusa a China de desafiar interesses e segurança do grupo

Os 30 países que integram a Aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) afirmaram nessa quarta-feira (29), em parte do novo Conceito Estratégico, que a China representa um desafio à segurança e aos interesses da aliança com suas "ambições declaradas e políticas coercitivas".

"As ambições declaradas e as políticas coercitivas da República Popular da China desafiam nossos interesses, segurança e valores", sustenta o documento que deve orientar a Otan nos próximos anos. Ainda segundo a aliança, a China "emprega uma ampla gama de ferramentas políticas, econômicas e militares para aumentar sua presença global e projetar poder, mantendo ao mesmo tempo a opacidade sobre sua estratégia, intenções e desenvolvimento militar".

O documento também sustenta que a China "procura controlar setores tecnológicos e industriais, infraestruturas críticas e material estratégico e cadeias de suprimentos''.  A Otan também acusa Pequim de trabalhar com a Rússia para minar a ordem internacional. "O aprofundamento da parceria estratégica entre a República Popular da China e a Federação Russa e suas tentativas de minar a ordem internacional (...) são contrários aos nossos valores e interesses", diz o documento. 

O Conceito Estratégico cita pela primeira vez nominalmente a China, que em teoria está fora da área de ação da aliança atlântica. Com isso, a Otan amplia e reforça o seu papel, 73 anos depois de criada para conter a União Soviética, no início da Guerra Fria.