Padre e colaboradoras são presos por desvio de R$ 2,4 milhões em projetos sociais
Investigação revela anotações que indicam práticas de superfaturamento
Foto: Reprodução/Redes sociais
A comunidade paraibana foi abalada com a prisão do ex-diretor do Hospital Padre Zé, Padre Egídio de Carvalho Neto, sob a suspeita de liderar uma rede de desvios que alcança a quantia de R$ 2,4 milhões. Os recursos desviados seriam destinados a projetos sociais voltados para a assistência de pessoas em situação de rua em João Pessoa, Guarabira e Campina Grande, além de indígenas venezuelanos que migraram para a capital paraibana.
As revelações surgem a partir do relatório de investigação do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público da Paraíba (MPPB). Além de Padre Egídio, a ex-diretora Jannyne Dantas e a ex-tesoureira Amanda Duarte foram presas, acusadas de colaborar no esquema que desviou recursos provenientes de verba pública destinada aos projetos sociais.
O Gaeco apresenta evidências substanciais para sustentar as acusações, incluindo anotações detalhadas feitas por Amanda em um caderno. Essas anotações servem como peça-chave na investigação do superfaturamento nas ações sociais, revelando um esquema que envolvia pagamentos a fornecedores do Hospital Padre Zé e da Ação Social Arquidiocesana. Posteriormente, parte desses recursos era devolvida ao religioso em forma de propinas.
O registro datado de 6 de setembro de 2022, feito por Amanda, destaca devoluções que totalizam R$ 2.414.870, provenientes de diversos projetos, como o Prato Cheio em João Pessoa, Guarabira e Campina Grande, os Waraos (indígenas venezuelanos) e o programa Banho Cidadão.
Outras anotações detalham pagamentos e devoluções relacionados a diferentes serviços, como assistência "pós alta", padaria e apoio para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Segundo o Gaeco, os contratados efetuavam devoluções predefinidas em dinheiro, entregues de diversas formas e locais. O montante total dos desvios ainda está sendo investigado.