Cultura

Pagode Por Elas lança comunidade formativa para mulheres da música baiana

Inscrições para “Som Por Elas” começam na segunda-feira (29)

Por Ane Catarine Lima
Ás

Pagode Por Elas lança comunidade formativa para mulheres da música baiana

Foto: Divulgação

Visando acelerar o crescimento de projetos musicais femininos e baianos, a plataforma Pagode por Elas lançou a comunidade “Som Por Elas”. Independente do gênero musical,  artistas e produtoras que se interessarem pelo projeto podem realizar as inscrições a partir da próxima segunda-feira (29). No total, serão selecionadas 30 mulheres para acessar a oportunidade gratuitamente. As aulas serão semanais e terão foco em gestão de carreira, monetização e comunicação na música. 

Durante o ciclo, de janeiro a fevereiro, haverá premiações. Ao final, um ou mais projetos receberão premiação em dinheiro. Joyce Melo, uma das fundadoras da Pagode Por Elas, disse ao Farol da Bahia que o projeto surgiu a partir de um Trabalho de Conclusão de Curso. Ela e Beatriz Almeida, também fundadora da plataforma, buscam romper estereótipos e tornar o pagode baiano mais inclusivo para mulheres. 

Segundo ela, a maioria das bandas do gênero são comandadas por homens. Além disso, há outra problemática que envolve as letras do pagode baiano que, muitas vezes, desvalorizam a figura feminina. 

“Assim como tudo que provém de uma sociedade que é baseada em princípios machistas e patriarcais, o pagode baiano também tende a colher os frutos disso. Então, o pagode baiano não é diferente de qualquer outro gênero que existe na sociedade. Acredito que esses princípios se intensificaram mais no pagode baiano porque desde o princípio não havia mulheres trazendo essas contra narrativas”, disse.

“Se a gente só tem homens escrevendo e falando sobre qual é o lugar da mulher, infelizmente a gente vai ter uma narrativa contada a partir da perspectiva masculina”. Para ela, o projeto é importante porque permite que mulheres acessem esse lugar e contem as suas próprias histórias.

Som Por Elas é uma comunidade formativa, imersiva e interativa que pretende unir em um só lugar, conhecimento, networking e acesso a oportunidades. Neste primeiro ciclo, com objetivo de tornar o conhecimento democrático e acessível, o espaço de interação e cocriação apesar de multimídia, será baseado em um perfil fechado no instagram.

“Queremos proporcionar uma experiência de aceleração de carreira para as mulheres da música. De acordo com a Associação Brasileira da Música Independente, 42% das empresas do Mercado brasileiro da Música Gravada, possuem apenas homens em seus quadros”, disse Joyce Melo. E completou: “É essa realidade que precisamos atacar para mudar a realidade da mulher no pagode, na música e construir uma nova década. É preciso romper estruturas”.

A Plataforma Pagode Por Elas

Pagode por Elas é a primeira plataforma de conexão, informação e entretenimento voltado às mulheres do pagode baiano. Idealizadora de produtos inéditos sobre as pagodeiras em protagonismo: a primeira pesquisa científica, “Transformações Provocadas pela Presença de Mulheres Vocalistas na Cena do Pagode Baiano”; o primeiro audiovisual "Pagodão: A cena por elas"; o Podcast "Mulher na cena"; a pesquisa de consumo sobre mulheres do pagode; o primeiro canal de comunicação e conteúdo especializado no tema. 

E agora, através do lançamento da sua frente de educação, com o primeiro ciclo da comunidade “Som Por Elas”, Pagode Por Elas trabalha pela primeira vez com mulheres da música baiana para além do gênero musical do pagode baiano.
 

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