Pandemia causa perda equivalente a 10 anos de avanços no Índice de Capital Humano no Brasil
Os dados fazem parte do “Relatório de Capital Humano Brasileiro - Investindo nas Pessoas”, divulgado pelo Banco Mundial

Foto: Reprodução/Agência Brasil
No Brasil, uma criança nascida em 2021 pode perder, em média, 46% do seu potencial total devido às condições de saúde e educação, agravadas pela pandemia de Covid-19, de acordo com o “Relatório de Capital Humano Brasileiro - Investindo nas Pessoas”, divulgado pelo Banco Mundial.
Enquanto isso, para as pessoas nascidas em 2019, o percentual era de 40%. A crise sanitária impulsionou uma perda, econômica e educacional, equivalente a uma década de progresso no Índice de Capital Humano (ICH).
O relatório considera as condições de educação e saúde oferecidas às crianças brasileiras durante períodos críticos de formação de habilidades. Um alto ICH na infância e na adolescência é uma promessa de alta produtividade da futura geração de trabalhadores.
O economista do Banco Mundial e co-autor do relatório, Ildo Lautharte, destacou que as principais vítimas são as crianças do Norte e Nordeste.
“Em 2019, quando o ICH do Brasil era de 60%, já se observavam diferenças regionais e desigualdades locais na acumulação de capital humano. Por isso, o relatório fala em ‘muitos Brasis’. As crianças nascidas naquele ano em municípios do Norte e Nordeste, por exemplo, desenvolveriam aproximadamente metade de todo o seu talento potencial, ou 10 pontos percentuais a menos do que a média de uma criança do Sudeste”.