Papa Francisco morre aos 88 anos

Primeiro Papa latino-americano, Francisco deixa legado de reformas e inclusão

Por Da Redação
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Atualizado
Papa Francisco morre aos 88 anos

Foto: Pixabay

O Papa Francisco, líder da Igreja Católica e primeiro pontífice latino-americano, morreu nesta segunda-feira (21), aos 88 anos. Nascido Jorge Mario Bergoglio, em Buenos Aires, Argentina, Francisco foi eleito em 2013, tornando-se o 266º Papa da história e o primeiro jesuíta a ocupar o cargo.

O pontífice estava recuperando a saúde após uma longa internação por pneumonia. Francisco foi internado no Hospital Gemelli, em Roma, no dia 14 de fevereiro  com um diagnóstico inicial da doença de forma bilateral e infecção polimicrobiana. No dia 23 de fevereiro, o Vaticano informou por meio de nota que Francisco apresentava “insuficiência renal leve”.

Um mês depois, no dia 23 de março, ele teve alta hospitalar.

 O Vaticano ainda não divulgou detalhes sobre as cerimônias fúnebres e o início do conclave para a escolha de seu sucessor.

Postura progressista

Embora não tenha promovido mudanças na doutrina católica, o Papa Francisco adotou uma postura firme no combate a crimes sexuais e financeiros dentro da Igreja. Durante o seu papado, diversos escândalos sobre abusos sexuais envolvendo integrantes do clero vieram à tona, o que levou a Igreja a pedir perdão às vítimas mais de uma vez. 

O Papa também instituiu medidas para frear a corrupção nas contas do Vaticano, como a proibição de investimentos em paraísos fiscais e recebimento de presentes que ultrapassem o valor de 40 euros (R$ 221).

Francisco foi o primeiro pontífice a assinar uma encíclica dedicada ao meio ambiente e ampliou a diversidade regional na alta cúpula do Vaticano. O pontífice impulsionou ainda avanços para uma maior participação das mulheres na instituição: ao longo do pontificado, o número de mulheres trabalhando para o Papa aumentou de 846 para 1.165, correspondendo a 23,4% da força de trabalho, segundo o Vaticano.

Em 2021, o líder católico alterou o Código de Direito Canônico para permitir que elas pudessem ler textos e distribuir a comunhão na missa — formalizando o que, na prática, já acontecia em algumas igrejas.

No mesmo ano, o Pontífice coordenou um movimento inédito que não foi bem visto pela ala mais conservadora: convidou os 1,3 bilhão de fiéis a opinar sobre o futuro da Igreja Católica, o maior processo de consulta popular da História. Além disso, o Papa também investiu na mudança de perfil da cúpula do Vaticano, nomeando cardeais de regiões sub-representadas e fora do eixo europeu.

Apesar da postura menos conservadora, declarações difusas de Francisco acerca da população LGBTQIA+ ganharam grande repercussão, embora as suas declarações sobre os direitos da população LGBT tenham tido repercussões negativas em alguns momentos. Colocando-se a favor da união civil entre pessoas do mesmo sexo e contra a criminalização da homossexualidade, o Papa reafirmou algumas vezes que ser homossexual, embora não seja crime, "é pecado", seguindo o que diz a doutrina da Igreja Católica.

Passagem pelo Brasil

O Papa Francisco esteve no Brasil em 2013, no Rio de Janeiro, para participar da Jornada Mundial da Juventude, em sua primeira viagem internacional como líder da Igreja Católica.

Na época, o evento levou mais de 3,5 milhões de pessoas à praia de Copacabana, de acordo com números oficiais do Ministério do Turismo, sendo a maior movimentação de visitantes em uma única cidade do Brasil até hoje.
 

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