Para evitar racionamento de energia, nível de hidrelétricas terá de dobrar em 2022, diz ONS
Ideal é que as chuvas do período úmido elevem os níveis dos reservatórios a 35%
Foto: Caio Coronel/Itaipu/Agência Brasil
A região Sudeste e Centro-Oeste, onde estão localizadas as principais hidrelétricas brasileiras, sofrem com a estiagem que está deixando o nível dos reservatórios muito baixos. Para que o país volte a sentir algum alívio em termos energéticos, será necessário praticamente terá de dobrar até o final do período úmido, em abril de 2022.
O diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Luiz Carlos Ciocchi, diz que isso é possível. Em entrevista à Reuters, ele diz que após o pior período úmido em mais de 90 anos na área das hidrelétricas, as chuvas começaram dentro do previsto, diferentemente de 2020. Um exemplo é esse mês de novembro que tem previsão de chuvas acima da média nas regiões citadas, além de precipitações em 89% da média histórica no Nordeste, outra importante região de hidrelétricas, disse o ONS nesta sexta-feira (12).
O nível das represas das regiões Sudeste/Centro-Oeste está em cerca de 18,5%. Mas o ideal, de acordo com Ciocchi, é que as chuvas que começaram agora possam elevar o patamar para perto de 35%. “Com a chuva que já chegou e umidade do solo, mesmo que a gente projete as chuvas de 2020/2021, que foram as piores da história, a gente chegaria (em abril) em 35%, estourando 40% (no Sudeste/Centro-Oeste)”, destacou ele.
Ciocchi destaca que esse nível não é o ideal, mas faz com que o Brasil atravesse o próximo ano sem qualquer risco de racionamento de energia, mas no mesmo ritmo que está atravessando 2021: "com cautela e cuidado".
Apesar de o nível das represas terem que dobrar até abril, Ciocchi estima isso seja viável. “Se a gente chegar nos 35%, vai estar bom… e é possível sim… do ponto de vista técnico, entraremos em 2021/2022 com muito mais confiança do que 2020/2021”, reforçou ele.
As chuvas em janeiro serão importantes para melhorar a situação dos reservatórios, destacou ele, notando que, por ora, é difícil fazer previsões certeiras para o primeiro mês do ano.