Parlamentares repudiam deboche de Eduardo Bolsonaro à tortura sofrida por Miriam Leitão na ditadura militar
No domingo (3), o parlamentar publicou, nas resdes sociais, uma resposta a um artigo compartilhado pela jornalista
Foto: Paulo Sérgio/Câmara dos Deputados Reprodução/Twitter
Parlamentares repudiaram nesta segunda-feira (4) o deboche do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) sobre a tortura sofrida pela jornalista Miriam Leitão durante a ditadura militar (1964-1985). Na tarde deste domingo (3), o parlamentar publicou, nas redes sociais, uma resposta a um artigo compartilhado pela jornalista.
Segundo Miriam, o presidente da República Jair Bolsonaro, pai de Eduardo, é um inimigo confesso da democracia, escreveu na publicação. Suas falas estão relacionadas as declarações recentes de Bolsonaro às instituições democráticas. Diante disso, o deputado respondeu: "Ainda com pena da [e acrescentou um emoji de cobra]".
Durante a ditadura, Miriam Leitão foi presa e torturada pelo governo militar. A jornalista estava grávida. Em uma das sessões de tortura, ela foi deixada nua em uma sala escura com uma cobra.
A líder do PSOL na Câmara, Sâmia Bomfim (PSOL-SP), afirmou que vai entrar com uma representação no Conselho de Ética da Casa contra Eduardo Bolsonaro. Segundo o PC do B, também será acionado o Conselho de Ética.
“Miriam Leitão estava grávida quando usaram uma cobra numa sala escura para torturá-la. Um homem que faz piada com essa situação é desumano, repugnante”, afirmou Sâmia. “O deputado Bolsonaro, assim como seu pai, precisa responder pelos seus atos”, completou a parlamentar.
A deputada Maria do Rosário (PT-RS) disse que esse tipo de declaração feita pelo deputado não pode ser aceito pela Câmara.
“Minha solidariedade à Miriam Leitão, pelos ataques recebidos do filho de Bolsonaro. A Câmara dos Deputados não pode aceitar que um parlamentar faça uma declaração tão absurda e se mantenha impune. Foi assim que Bolsonaro abriu a Caixa de Pandora do fascismo no Brasil. Gravíssimo”, escreveu.