Parlamento do Iraque aprova expulsão de tropas americanas
A medida é uma represália ao assassinato do comandante militar iraniano, Qassem Soleimani
Foto: Reprodução/ Último Segundo
Foi aprovado pelo Parlamento iraquiano neste domingo (5) uma resolução que pede a retirada das tropas americanas do país. A medida é, no entanto, uma represália ao assassinato do comandante militar iraniano, Qassem Soleimani, que foi morto por um míssil lançado pelos Estados Unidos.
Os EUA invadiram o Iraque em 2003 para derrubar o Saddam Hussein, com o falso pretexto de que ele tinha armas de destruição em massa, e oficialmente se retiraram em 2011. Após esse episódio, um novo acordo foi feito para combater o Estado Islâmico, que a partir de 2014 ocupou várias cidades iraquianas.
Atualmente, os EUA mantêm cerca de 5 mil soldados no Iraque. E com a aprovação da resolução será improvável que Bagdá se recuse a revogar o convite, algo que, teoricamente, iria forçar os americanos a retirar suas tropas.
A sessão extraordinária foi aberta pelo primeiro-ministro Adel Abdul Mahdi, o qual disse que pôr um fim na presença de soldados estrangeiros no país é o melhor para o Iraque, apesar de haver possibilidades de causar dificuldades internas e externas.
Horas antes da sessão começar, a Chancelaria iraquiana convocou o embaixador dos EUA no país, Matthew Tueller, para denunciar “uma violação da soberania do Iraque” após o ataque que matou Soleimani, no aeroporto internacional de Bagdá.
De acordo com o Ministério, “as operações militares ilegítimas realizadas pelos Estados Unidos são ataques e atos condenáveis que podem causar uma escalada de tensões na região e constituem uma violação de soberania”.
O Conselho de Segurança e o secretário-geral da ONU, António Guterres, também receberam reclamações oficiais da Chancelaria em razão dos “ataques americanos, agressões a posições militares iraquianas e o assassinato de comandantes de alto nível iraquianos e aliados no solo do Iraque”.
Segundo o comunicado, os ataques são “uma perigosa violação da soberania iraquiana no que diz respeito à presença americana no Iraque".
“Nossa prioridade é proteger todo o pessoal da coalizão comprometido com derrotar o EI. Repetidos ataques aéreos nos últimos dois meses realizados por elementos da Kataib Hezbollah causaram a morte de um funcionário das forças de segurança iraquianas e de um civil dos EUA”, diz o comunicado.