Parte do cérebro das mulheres que usam pílula pode ser menor, diz estudo
Cerca de 150 milhões de mulheres que fazem uso de contraceptivos orais em todo o mundo estão sujeitas a terem parte do cérebro diminuída em até 6%, diz ONU

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Segundo um estudo americano realizado recentemente pela Faculdade de Medicina Albert Einstein, o hipotálamo – região do cérebro responsável por produzir hormônios e ajudar a regular algumas funções como a temperatura interna do corpo, humor, apetite, desejo sexual, ciclos de sono e até a frequência cardíaca — pode ser reduzida cerca de 6% em mulheres adeptas desse método contraceptivo.
A explicação mais evidente para esta relação é que o hipotálamo entenda que não precisa produzir hormônios sexuais ao receber a pílula. Mas, são esses hormônios que promovem o crescimento dos neurônios, ou seja, sem eles essa função pode ficar prejudicada, provocando redução no tamanho da região.
A boa notícia é que nenhuma mulher deve parar de tomar a pílula com base apenas nesses resultados. Essa alteração cerebral não afeta todo o cérebro nem prejudica funções mentais importantes, e é bem provável que esse quadro seja revertido facilmente após a interrupção no uso do método contraceptivo – caso necessário.
Os efeitos negativos que a pílula provoca no cérebro se deve ainda a relação dos hormônios sexuais, como o estrogênio, que possuem forte poder de influência no sistema nervoso das mulheres. Porém, ainda há muito para ser estudado e avaliado tanto pela medicina quanto pela neurociência comportamental. O importante é ter uma boa autoavaliação e dividir as experiências e percepções sempre com o seu médico. Lembre-se de que cuidar da sua saúde mental é tão importante quanto zelar pelo seu lado físico.
O estudo
Os resultados foram apresentados durante o encontro anual da Sociedade Radiológica da América do Norte, depois de avaliar imagens de ressonância magnética de cerca de 50 mulheres, das quais 21 tomavam a pílula combinada (composta por estrogênio sintético e progestina). Todas as participantes fizeram os exames, além de participar de entrevistas online e testes padronizados para avaliar aspectos de humor, personalidade e funções cognitivas.