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Brasil

Participação dos salários na economia cai para menos de 40% do PIB, o menor nível em 19 anos

Por outro lado, participação dos lucros empresariais e de outros ganhos no PIB tem aumentado

Por Da Redação
Ás

Participação dos salários na economia cai para menos de 40% do PIB, o menor nível em 19 anos

Foto: Marcello Casal jr/Agência Brasil

A participação dos lucros empresariais e de outros ganhos no Produto Interno Bruto (PIB) tem aumentado, enquanto a parcela correspondente a salários e contribuições dos trabalhadores vem diminuindo no Brasil desde 2017. 

Segundo os dados, em 2016, a renda dos assalariados atingiu seu ponto mais alto, representando 44,7% do PIB. Desde então, caiu para menos de 40%, afastando o Brasil do perfil das economias mais desenvolvidas e destacando a alta desigualdade.

De acordo com o Produto Interno Bruto (PIB) medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sob a ótica da renda (que divide a economia entre capital e trabalho), essa proporção atingiu 39,2% em 2021, o que representa o menor valor desde 2004, o último dado disponível. Segundo especialistas, ainda não houve recuperação.

Por outro lado, o excedente operacional bruto, que representa os lucros das empresas, teve um movimento oposto. A participação passou de 32,1% em 2015 para 37,5% do PIB brasileiro em 2021, representando a maior proporção da série histórica, iniciada em 2000.

De acordo com economistas, três fatores estão contribuindo para essa nova tendência: a diminuição da renda do trabalho; a redução de postos de trabalho e o aumento dos lucros decorrentes da digitalização e automação; e a "pejotização" (mais trabalhadores contratados como pessoa jurídica em vez de ter registro em carteira), o que faz com que o rendimento do trabalho seja considerado lucro empresarial.

Ainda conforme especialistas, a pandemia, iniciada em 2020, aprofundou essa tendência, que foi freada em 2022 e 2023. No entanto, tudo indica que o nível de participação dos salários na economia segue abaixo de 40%, sem ter ainda voltado ao nível de 2019.

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