Passagem do ciclone extratropical no RS causa prejuízos de R$ 3 bilhões, afetando 93 cidades

A passagem do ciclone extratropical pelo estado do Rio Grande do Sul já causou prejuízos estimados em R$ 3 bilhões, de acordo com um levantamento da Confederação Nacional de Municípios (CNM) divulgado nesta segunda-feira (11). O fenômeno, que trouxe deslizamentos de terra, enchentes, alagamentos, inundações, enxurradas e quedas de árvores, afetou severamente 93 municípios do estado, atingindo cerca de 350 mil pessoas e resultando em trágicas 46 mortes. 

Segundo a Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil do Rio Grande do Sul, o desastre também deixou outras 46 pessoas desaparecidas, 924 feridas, 4,7 mil desabrigadas e 20,4 mil desalojadas. Além dos impactos humanos, o levantamento da CNM indica que aproximadamente 13,4 mil residências foram danificadas ou destruídas, totalizando prejuízos de quase R$ 349,6 milhões no setor habitacional. Desde o início do ano, o estado registrou 67 mortes relacionadas às chuvas.

Os setores mais afetados economicamente foram a agricultura, com prejuízo de R$ 1,1 bilhão, e os comércios locais, com R$ 602,5 milhões em perdas. No setor público, o transporte teve um impacto de R$ 33,7 milhões, enquanto a limpeza urbana e a remoção de escombros somaram R$ 9,8 milhões em danos.

O levantamento também apresenta prejuízos na indústria (R$ 594 milhões), pecuária (R$ 81,6 milhões), assistência médica e saúde emergencial (R$ 6,4 milhões) e sistema de água e esgoto sanitário (R$ 6,2 milhões). Até o momento, 88 dos 93 municípios afetados decretaram estado de calamidade pública, e 79 relataram danos econômicos e financeiros em todo o estado.

Embora o governo federal tenha prometido um repasse de R$ 741 milhões para ajudar os municípios afetados no dia 4 de setembro, a CNM considera que esses recursos ainda são insuficientes. A entidade destaca um levantamento feito entre 2013 e 2023 no Rio Grande do Sul, que revelou que os prejuízos causados por desastres naturais, como secas e chuvas, totalizaram R$ 82,8 bilhões, enquanto a União repassou apenas R$ 766,84 milhões, representando menos de 1% do total dos danos.