'Passaporte da vacina' pode gerar desigualdade da pandemia

Ideia é permitir que vacinados tenham privilégios de acessos

Por Da Redação
Ás

'Passaporte da vacina' pode gerar desigualdade da pandemia

Foto: Reprodução

Depois das discussões e tensões entre países para aquisição de vacinas contra a Covid-19, o próximo grande motivo de discórdia nas políticas relacionadas ao coronavírus será o "passaporte da vacina", supostos cartões emitidos pelo governo ou documentos em smartphones que devem informar que o portador foi vacinado contra o novo coronavírus. 

Mesmo que ainda de modo hipotético, a ideia é permitir que as famílias se reúnam e as atividades economicas voltem à normalidade sem espalhar o vírus. As versões da documentação permitiriam viagens internacionais, acesso a lugares exclusivos para vacinados, como academias, salas de concertos e restaurantes. 

“Os passaportes de imunidade prometem um jeito de voltar a uma vida social e econômica mais normal”, escreve Nicole Hassoun e Anders Herlitz, que estudam ética em Saúde Pública, na Scientific American. Mas com vacinas distribuídas desigualmente por raça, classe e nacionalidade, “não é óbvio que sejam éticos".

Outra especialista em Saúde Pública, na Universidade de Washington, Nicole A. Errett, aponta que os supostos passaportes podem dividir as comunidades. "Se as vacinas se tornarem um passaporte para fazer coisas diferentes, veremos as comunidades que já foram mais duramente atingidas pelo Covid sendo deixadas para trás", disse. 

No entanto, as políticas do tipo passaporte ajudariam, teoricamente, a controlar a pandemia como um todo, diminuindo índice de doenças e efeitos econômicos que afetam os grupos desprivilegiados. Erret diz que a única maneira de desvendar o dilema é “abordando a própria desigualdade”.
 

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