PDT envia representação à PGR para governo revelar dados de visitas de pastores ao Planalto
Até o momento, governo recusa fornecer informações
Foto: Marcos Corrêa/PR
Em representação enviada à Procuradoria-Geral da República (PGR), o Partido Democrático Trabalhista (PDT) pede que o governo seja obrigado a revelar dados de visitas de pastores ao Palácio do Planalto. Anteriormente, o governo alegou questões de segurança para negar informações solicitadas por jornalistas sobre as idas dos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura à sede do Executivo federal.
Os pastores estão no centro das denúncias de repasses irregulares de verbas do Ministério da Educação (MEC). A crise começou com a revelação de um áudio do então ministro da Educação, Milton Ribeiro. Na mensagem de voz, ele disse que repassava o dinheiro público para municípios apontados pelos pastores. Além disso, Ribeiro disse que fazia isso a pedido do presidente Jair Bolsonaro (PL). Após a repercussão do caso, o ex-ministro negou que favorecesse os pastores e que Bolsonaro tivesse feito essa solicitação.
O episódio gerou uma série de denúncias de prefeitos, que foram a público para contar que recebiam pedido de propina dos dois pastores em troca de verbas do MEC. Na representação à PGR, o PDT escreveu que o sigilo do governo com relação às idas dos pastores ao Planalto esconde a "existência de algo obsceno, que está por trás da cena".
"Urge rememorar ao presidente da República que sua agenda é pública, na medida em que exerce labor destinado à consecução das diretrizes traçadas pela Constituição, que foi batizada sob forte influência dos ares democráticos. O sigilo revela a existência de algo obsceno, que está por trás da cena, e ostenta potencial para estontear os aspectos de normalidade e publicidade inerentes à condução dos assuntos de interesse coletivo", alegou o partido.