Pedidos de naturalização de estrangeiros crescem no Brasil, diz Ministério da Justiça
Haitianos são a maioria

Foto: Agência Brasil
De acordo com um balanço realizado pelo Ministério da Justiça, o sistema que facilita e torna online os pedidos de naturalização de estrangeiros no Brasil, disponível em todo o país desde novembro, recebeu 2.616 pedidos até o último dia 13. A maior parte das inscrições pelo sistema "Naturalizar-se" foi feita por haitianos, 497 pedidos, seguidos dos senegaleses (279), angolanos (161), cubanos (156) e venezuelanos (119). O grande número representa mais da metade de todos os processos analisados pelo governo brasileiro em 2020, que registrou 4.590 solicitações.
A naturalização é um benefício concedido a estrangeiros que preencham alguns requisitos, como, por exemplo, comunicar-se em português e residir no Brasil há pelo menos quatro anos. Além disso, a medida garante grande parte dos direitos dos brasileiros natos, como residir no país, votar e ter passaporte brasileiro.
Quem deseja pedir a naturalização agora pode se inscrever e mandar toda a documentação escaneada de forma online, pelo site do programa. Apenas pessoas cuja documentação atende as exigências são chamadas para comparecer presencialmente na Polícia Federal para conferência dos dados e identificação biométrica. Antes, o solicitante só apresentava os documentos no comparecimento ao posto da PF, o que implicava muitas vezes ter que voltar para corrigir algo na entrega da documentação.
Haitianos x cubanos
Atualmente, a presença de haitianos entre as nacionalidades que buscam o novo sistema reflete um avanço da presença deles em solo brasileiro. A imigração ganhou força em 2010 após um terremoto destruir parte do país e da capital, Porto Príncipe, deixando centenas de mortos. De acordo com a Polícia Federal, cerca de 72 mil haitianos entraram em solo brasileiro entre aquele ano e 2015, e a maioria permaneceu.
Os haitianos se espalharam pelo país, mas foram especialmente ao Sudeste em busca de trabalho. Em São Paulo, eles têm uma comunidade estabelecida. Muitos ao chegar passam pela Missão Paz, uma ONG ligada à Pastoral dos Migrantes, da Igreja Católica, e que funciona na paróquia de Nossa Senhora da Paz, na Rua do Glicério. Lá, recebem assistência social na Casa do Migrante e orientação para conseguir trabalho.