Perícia confirma que tiro que matou indígena na Bahia foi disparado por filho de um fazendeiro
Crime ocorreu no último domingo (21), na zona rural do município de Potiraguá
Foto: Reprodução/ Redes sociais
O resultado do laudo de microcomparação balística feito por peritos da Polícia Civil confirmou que o tiro que matou a indígena Maria Fátima Muniz de Andrade, da etnia pataxó, no sul da Bahia, partiu de uma arma de um homem de 20 anos, filho de um fazendeiro.
Preso em flagrante, o suspeito foi encaminhado para o Conjunto Penal de Vitória da Conquista. Além dele, um policial reformado também foi preso em flagrante. Ele está preso no Batalhão da Polícia Militar de Itabuna, município que também fica no sul da Bahia.
Além de serem acusados da morte da indígena, os dois homens são suspeitos de tentarem matar o cacique Nailton Muniz Pataxó. O crime ocorreu no último domingo (21) na Terra Indígena Caramuru-Catarina Paraguassu, na zona rural do município de Potiraguá.
A escalada de violência na região fez as comunidades tradicionais da região pedir reforços às forças nacionais. Até o momento, ainda não receberam resposta.
Atingindo no rim, o cacique Nailton Muniz Pataxó passou por cirurgia no Hospital Cristo Redentor, em Itapetinga, cidade a cerca de 69 km de Itapetinga. Depois do procedimento, ele foi transferido para uma outra unidade de saúde. Por questão de segurança, o nome do local não foi divulgado.
Outros indígenas ficaram feridos na ação, entre eles uma mulher que teve o braço quebrado. Eles foram hospitalizados, mas não correm risco de morte.
Na última segunda-feira (22), a ministra dos Povos Indígenas e Originários, Sônia Guajajara, visitou a terra indigena onde ocorreu o ataque para acompanhar as investigações. No dia seguinte, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se colocou à disposição para encontrar uma solução "pacífica" sobre a disputa de terras que terminou com morte da indígena.