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Pesquisa aponta 18 mil munições desviadas de Forças Federais em 5 anos

Informação consta no relatório "Menos armas, mais jovens: violência armada, violência policial e comércio de armas"

Por Da Redação
Ás

Pesquisa aponta 18 mil munições desviadas de Forças Federais em 5 anos

Foto: Agência Brasil

Um levantamento realizado pelo Instituto Sou da Paz, com base em dados obtidos pela Lei de Acesso à Informação (LAI), aponta que 323 armas e 18 mil munições foram desviadas dos arsenais das forças federais no Brasil em apenas 5 anos. Nas informações das forças federais, que incluem as Forças Armadas, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Força Nacional, os dados apontaram o desvio de 323 armas, sendo 131 (41%) das armas de origem europeia. Além disso, foi verificado o desvio de 18.098 unidades de munição no mesmo período.   

As informações constam no relatório "Menos armas, mais jovens: violência armada, violência policial e comércio de armas" que será lançado pelo instituto nos próximos dias. Na pesquisa, o instituto também tentou verificar a situação de armas desviadas por meio de pedido de dados a 10 instituições estaduais. "Obtivemos resposta de apenas 4 delas que reportaram 185 armas desviadas no período de 2015 a março de 2020", aponta o relatório.

Além disso, a pesquisa lembra que uma Comissão Parlamentar de Inquérito no RJ identificou que, em um período de 10 anos, 17 mil armas foram desviadas de empresas de segurança privada e outras 1,6 mil armas foram desviadas das polícias estaduais do Rio de Janeiro. "A pesquisa identificou que não há qualquer padronização, existem corporações que realizam um controle precário em livros físicos ou em planilhas eletrônicas e apenas seis das 54 polícias estaduais declararam ter um controle em sistema eletrônico abrangente, que controle e monitore a distribuição e uso das armas e o consumo de munições", descreve Natália Pollachi, gerente de projetos do Instituto Sou da Paz e uma das responsáveis pela pesquisa.

O relatório apresenta ainda dois casos emblemáticos em que armas e munições que eram de propriedade do estado foram usados para execuções cometidas por agentes e ex-agentes públicos. Um dos casos é referente ao desvio de uma submetralhadora da Polícia Civil do Rio de Janeiro, cuja identificação escapou a uma CPI estadual e só foi revelada após o mesmo modelo de arma ser usado na execução da vereadora Marielle Franco. Já o segundo caso inclui detalhes inéditos obtidos pelo Instituto Sou da Paz sobre a Chacina de Messejana e Curió (CE), que deixou 11 mortos em 2015 e foi realizada com uso de, ao menos, três lotes de munições desviadas da Secretaria de Segurança e Polícia Civil do Estado.

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