Economia

Pesquisa aponta aumento de 11,41% nos custos das comidas típicas

IPCA subiu 3,94% no acumulado dos últimos 12 meses até maio

Por Da Redação
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 Pesquisa aponta aumento de 11,41% nos custos das comidas típicas

Foto: agência brasil

Descontentamento com os preços das comidas típicas em festas juninas e quermesses é tema recorrente nas redes sociais. Pacotes pequenos de pipoca por R$ 7, arroz doce e canjica por R$ 10 cada porção, milho na manteiga por R$ 12 e assim por diante. 

No entanto, os valores mais altos não significam que escolas e igrejas estejam lucrando com as festividades juninas. Na verdade, realizar uma festa junina ficou 11,41% mais caro em 2023, o que resultou no repasse dos preços ao consumidor final ou na diminuição das margens de lucro.

Uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre) revela esse aumento de preços. O levantamento analisou os últimos três anos e 27 dos principais itens típicos dessa época, mostrando que apenas dois tiveram uma queda em 2023.

Os produtos típicos das festas juninas aumentaram mais do que a própria inflação. Enquanto o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) teve uma variação de 3,75% entre junho de 2022 e maio de 2023, os itens pesquisados apresentaram uma alta superior. Além disso, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que representa a inflação oficial do país, subiu 3,94% no acumulado dos últimos 12 meses até maio, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em primeiro lugar, há uma assimetria no repasse dos custos. Quando os custos aumentam, os produtores e comerciantes repassam imediatamente para o consumidor final, resultando em um aumento de preços. Por outro lado, quando há uma queda nos custos, os produtores preferem segurar os repasses para baixo o máximo possível, aumentando sua margem de lucro. Essa dinâmica faz com que os preços subam rapidamente, mas caiam lentamente.

Em segundo lugar, o milho, um dos alimentos amplamente utilizados nas festas juninas, foi afetado pelos impactos econômicos da guerra entre Rússia e Ucrânia. Isso fez com que os itens feitos com milho registrassem altas consideráveis, como o fubá de milho (+42%), milho em conserva (+35%) e milho de pipoca (+34%). A escassez de milho na Ucrânia levou os produtores brasileiros a direcionar sua produção para o mercado externo, o que encareceu o alimento no mercado interno.

Por fim, a baixa produção de ovos e leite durante o outono e o inverno também impacta os preços. Esses produtos dependem de animais e enfrentam uma redução na produção devido ao clima frio. Esse padrão se repete anualmente, e a inflação junina de 2023 reflete tanto a baixa produtividade do ano passado quanto deste ano.

Em relação aos alimentos que ficaram mais baratos em 2023, destacam-se o açúcar refinado (-2%) e a batata-inglesa (-19%). Essas quedas são atribuídas a uma melhora na produtividade dessas culturas, que não enfrentaram grandes problemas climáticos durante suas safras.

Para o próximo ano, espera-se que a inflação junina seja menos acentuada. A desaceleração dos preços dos alimentos, incluindo os itens juninos, é esperada e pode levar a quedas em alguns produtos.

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