Pesquisa aponta que 4,3 mi de estudantes negros, pardos e indígenas ficaram sem atividade escolar na pandemia

Uma pesquisa divulgada pelo GloboNews nesta quinta-feira (10), aponta que 4,3 milhões de estudantes negros, pardos e indígenas  da rede pública ficaram sem atividade escolar em casa durante a pandemia da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. Esse número é quase o triplo se comparado ao número de alunos brancos na mesma condição.

Segundo a pesquisa realizada pelo Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (CEBRAP) e da Rede de Pesquisa Solidária, com base nas informações da Pnad-Covid do IBGE, os estudantes brancos sem atividade escolar na academia somam 1,5 milhão. Dessa forma, a pesquisa aponta que os alunos não brancos foram os mais prejudicados pelas medidas de contenção a Covid-19, como o isolamento social. 

Segundo o sociólogo responsável pelo levantamento, Ian Prates, os números mostram a desigualdade atual entre brancos e não brancos e trazem preocupação acerca de um possível aumento da desigualdade racial para essa geração em fase escolar. Segundo ele, a  pandemia piora uma desigualdade que já existia.

A pesquisa sugere que esse problema é latente porque as escolas não enviaram aos alunos atividades ou porque as famílias dessas crianças não possuem condições de ter uma estrutura que permita que essas crianças façam essas atividade. Um exemplo é a falta de internet nos lares de baixa renda. 

Regiões 

Ainda segundo a pesquisa, o estado com maior diferença proporcional entre estudantes brancos e não brancos matriculados sem atividade é o Amazonas, 212.242 não brancos sem atividades, para 28.227 brancos. Na sequência vem a Bahia, com 742.115 não brancos sem atividades e 120.995 brancas, seguida pelo Amapá 50.256 não brancos sem atividade para 9.310 brancos.