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Economia

Pesquisa aponta que 76% dos moradores de comunidades têm ou querem ter um negócio próprio

Atualmente, quatro em dez moradores já possuem um negócio e 50% se consideram empreendedores

Por Da Redação
Ás

Pesquisa aponta que 76% dos moradores de comunidades têm ou querem ter um negócio próprio

Foto: Reprodução/Instagram/Luan Teles

De acordo com uma pesquisa do Data Favela, divulgada na última sexta-feira (15), a maior parte dos 17,1 milhões de moradores de favela no Brasil tem, tinha ou pretendem ter um negócio. Os dados fazem parte da primeira edição da Expo Favela, evento de empreendedorismo que acontece até este domingo (17) no WTC, em São Paulo.

Ao todo, 76% dos moradores de favela se enquadram nessa característica e 50% deles se consideram empreendedores. Além disso, quatro em cada dez moradores de comunidades (41%) já possuem um negócio próprio.

Segundo Renato Meirelles, fundador do Data Favela, “isso mostra uma oportunidade gigantesca”. “A favela, historicamente, foi estigmatizada pelo asfalto e pela falta de políticas públicas. Mas o que vimos é que, em vez de lamentar, os moradores das favelas estão empreendendo, estão chamando para si a responsabilidade de suas vidas”, afirmou em entrevista à Agência Brasil.

A pesquisa apontou, no entanto, que ter um empreendimento na favela não é fácil. Devido a isto, apenas 37% dos empreendedores com negócio próprio tem CNPJ. “O Estado não está na favela. Para você conseguir um CNPJ, você tem que sair da favela. Você tem que enfrentar, por maior que tenha sido o modelo do Simples, uma série de dificuldades com documentos. Quando você abre um negócio, a primeira coisa que você encontra não é uma oportunidade de crédito. A primeira coisa que você encontra é um fiscal na sua porta”, afirmou.

Outra dificuldade relatada pela maioria dos entrevistados foi a dificuldade de conseguir financiamento para a abertura do negócio próprio.

“A pesquisa deixou claro que falta financiamento, falta grana, falta crédito. Os bancos hoje não oferecem crédito de acordo com a necessidade da favela. Também falta conhecimento de conseguir expandir o seu negócio através da tecnologia, por mais que hoje nove em cada dez moradores da favela tenham acesso à internet”, explicou Meirelles.

Segundo o pesquisador e fundador do Data Favela, no entanto, as comunidades brasileiras oferecem muitas oportunidades de negócios, principalmente no setor de economia criativa.

“Você tem um potencial grande na economia criativa, que são os designers, são as agências de comunicação, são os influenciadores digitais que dentro da favela começam a vender para o mundo. Você tem aquele cara que faz boné ou camiseta, que durante a pandemia começou a vender para fora da favela. Tem aquelas doceiras que se cadastraram no Ifood, e que conseguiram transformar o seu pequeno negócio, num negocio que fazia buffet para fora da favela”, disse.

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