Pesquisa faz mapeamento da "desigualdade musical" na internet
Levantamento revela que apenas 1% dos músicos geram 90% das audições
Foto: Reprodução/Olhar Digital
O crescimento de serviços de streaming de música torna cada vez mais fácil para um artista novo publicar suas faixas (e mais difícil fazer com que elas sejam ouvidas). Este é o cenário de uma pesquisa da empresa americana Alpha Data. O levantamento, publicado na última edição da revista "Rolling Stone" nos EUA, desmente a ideia de que o "catálogo infinito" destas plataformas de música garante uma diversidade maior no consumo.
A pesquisa que mapeou os lançamentos nos principais serviços streaming entre janeiro de 2019 a julho de 2020. Revelou que mais de 90% das audições totais são de músicas de 1% dos artistas. Foram 1,6 milhões de artistas que lançaram faixas ouvidas 293,8 bilhões de vezes. Esse cenário para um artista novo ou menos conhecido, se torna difícil para ganhar atenção.
O levantamento da Alpha Data indica também que metade dos artistas tiveram menos de 100 audições nas músicas que lançaram entre 2019 e 2020. A única comparação em que o streaming tem mais diversidade é com o rádio, onde a repetição de hits é a regra e o tempo é limitado.
Novos Sons
O streaming oferece assinatura para ter acesso livre a um catálogo, ao contrário do modelo tradicional de vendas de álbuns. Já são mais de 50 milhões de músicas no Spotify. Mas isso não significa que o público tenha interesse de ouvir todas elas.
Comparado com as vendas, especialmente de álbuns físicos, o streaming oferece mais facilidade para os artistas lançarem suas músicas. De acordo com o CEO do Spotify, Daniel Ek, mais de 40 mil músicas são adicionadas todo dia à plataforma de streaming, hoje a mais usada no mundo.
