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Pesquisador alerta que cidades inteiras do RS podem ter que mudar de lugar

O ecóloco Marcelo Dutra da Silva já havia feito um alerta em 2022

Por Da Redação
Ás

Atualizado
Pesquisador alerta que cidades inteiras do RS podem ter que mudar de lugar

Foto: Lauro Alves/Secom

Cidades inteiras poderão ser mudadas de lugar no Rio Grande do Sul após as enchentes que assolam o estado desde o início de maio. A afirmação foi feita pelo ecóloco Marcelo Dutra da Silva, doutor e professor de Ecologia na Universidade Federal do Rio Grande (Furg).

Em 2022 ele já havia feito um alerta sobre o despreparo com as mudanças climáticas e pontuou a necessidades dos municípios trabalharem a resiliência durante os eventos climáticos. 

“Não podemos impedir que o evento climático ocorra, nem os próximos, porque eles vão acontecer. Mas dá para sermos mais resilientes a isso? Dá. Talvez, se nós já tivéssemos afastado as pessoas das áreas de maior risco. É possível saber onde o evento se torna mais grave primeiro”, afirma. 

Segundo ele, será necessário mudar cidades inteiras de lugar. "Cidades inteiras vão ter que mudar de lugar. É preciso afastar as infraestruturas urbanas desses ambientes de maior risco, que são as áreas mais baixas, planas e úmidas, as áreas de encostas, as margens de rios e as cidades que estão dentro de vales", disse.

Dutra afirma que é preciso “devolver para a natureza” espaços mais sensíveis aos alagamentos, não apenas de encostas, mas também de áreas úmidas e próximas a rios, por exemplo. 

O número de mortos pelas enchentes no RS chegou a 107. Conforme o boletim da Defesa Civil, 135 pessoas seguem desaparecidas e 374 feridas. No total, mais de 1,4 milhão de pessoas foram afetadas pelas chuvas. Dessas, 164.583 mil estão desalojadas e 67.542 mil foram levadas a abrigos. 

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