Pesquisador analisa quanto tempo dura a proteção das vacinas contra a Covid-19
Rodrigo Stabeli acredita que talvez seja necessário a criação de campanhas de vacinação anuais
Foto: Reprodução/ Getty Images
Um pesquisador ouvido pelo G1 foi questionado sobre quanto tempo duraria a imunidade produzida pela vacina, mas afirmaram que ainda não é possível prever. Contudo, acreditam que essa imunidade não será breve, e com o atual cenário, talvez a imunização contra o novo coronavírus passe a integrar as campanhas anuais.
“A vacina surgiu em meio a uma emergência sanitária e ainda estamos aprendendo e observando o tempo de duração do efeito protetivo”, explica Rodrigo Stabeli, pesquisador titular e diretor da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) de São Paulo.
Para Stabeli, o processo de vacinação ainda é recente e não deu tempo para que os cientistas pudessem observar os efeitos e a eficácia da vacina a longo prazo.
“Há uma urgência dos cientistas brasileiros em promover a imunização de toda a população, sem distinção. Isso é necessário para que não haja novas linhagens do vírus que sejam imunes às vacinas já existentes”, afirma Stabeli. "Se a gente perde essa estratégia de imunização, a gente aumenta as chances de ter cepas que escapem totalmente das vacinas disponíveis no mercado”, diz o cientista.
Um estudo publicano no The New England Journal of Medicine na última terça-feira (6) mostrou que a vacina fabricada pela Moderna conseguiu manter a eficácia de 94% na prevenção da doença seis meses após a aplicação da segunda dose. Também neste mês de abril, a Pfizer e BioNTech também anunciaram que sua vacina permaneceu altamente eficaz por pelo menos seis meses.
Em ambos os casos, os participantes vacinados continuarão a ser acompanhados por uma equipe médica para analisar a duração da imunidade dos anticorpos pelos próximos seis meses.