Pesquisador da Fiocruz avalia pandemia no Brasil: 'Estamos caminhando para o fim'
Infectologista Julio Croda já vê luz no fim do túnel e destaca importância de terceira dose para os idosos

Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
Pesquisador da Fiocruz e presidente da SBMT (Sociedade Brasileira de Medicina Tropical), o infectologista Julio Croda já enxerga a luz no fim do túnel e acredita que o fim da pandemia de Covid-19 no Brasil está próximo.
"Eu diria que estamos caminhando para o fim da pandemia e vamos entrar numa fase endêmica, com períodos sazonais epidêmicos, como já acontece com a gripe e a dengue, por exemplo. Passar da pandemia para a endemia não significa que a gente não vai ter o impacto da Covid-19 em termos de hospitalização e óbito. Significa que esse impacto vai ser menor a ponto de não ser necessário medidas restritivas tão radicais e eventualmente até a liberação do uso de máscaras, que é uma medida protetiva individual. Isso se deve justamente pelo avanço da imunidade coletiva da população mundial", disse, em entrevista ao O Globo.
Croda é conhecido internacionalmente por sua atuação no enfrentamento à tuberculose e, no bum da pandemia no início de 2020, ele estava à frente do Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, durante a gestão do ministro Luiz Henrique Mandetta.
Desde então, se tornou uma das maiores referências no assunto no Brasil. ". Estamos avançando muito mais às custas de vacinação do que da infecção. Ela foi a grande mudança de paradigma, que reduziu a letalidade da Covid-19 de um número 20 vezes maior que o da influenza para duas vezes maior, nesse momento", destacou.
Ele também alertou sobre a necessidade de liberação da quarta dose da vacina para os idosos.