Pessoas de baixa renda atrasam 3 vezes mais a fatura do cartão de crédito, aponta Serasa Experian
Dados apontam que 8% das pessoas com renda de até R$ 1.200 atrasam o pagamento em mais de 30 dias
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Atrasos do cartão de crédito no Brasil são mais recorrentes para aqueles com baixa renda. É o que indica um estudo da Serasa Experian que analisou o comportamento de pagamento das faturas de novas emissões de cartões no primeiro semestre de 2022. Os dados revelam que 8% das pessoas com renda mensal de até R$ 1.200 atrasam o compromisso financeiro em mais de 30 dias, ante 3% daqueles que ganham mais de R$ 12 mil. Isso mostra um percentual quase 3 vezes maior.
O levantamento também mostrou que cerca de 19% das pessoas de baixa renda fizeram pagamentos inferiores a 80% do valor total da fatura de seus cartões de crédito. Quando comparado com aqueles com renda mais alta, o percentual é de 6,5%, mostrando uma diferença também 3 vezes maior. Desta forma, elas entram no crédito rotativo, uma modalidade de empréstimo da administradora ao consumidor que não quita totalmente o encargo financeiro.
Para Julio Guedes, diretor de Analytics da Serasa Experian, a educação financeira é uma necessidade urgente para a população brasileira. “A inflação está corroendo a capacidade de pagamento das pessoas na faixa de baixa renda no Brasil. Entrar no rotativo, inclusive, é uma das piores formas de endividamento, já que a média anual de juros nessa modalidade chegou em 399,5% em outubro deste ano. Por isso a educação financeira é uma necessidade tão latente para a população. Mas, considerando que a inadimplência já alcança 69 milhões de brasileiros, recorrer a soluções de renegociação de dívidas é a saída mais próxima para essa realidade”, explica.