Petrobras anuncia nova política de dividendos com redução de valor pago aos acionistas

O conselho de administração da Petrobras anunciou, na sexta-feira (28), que implementará uma nova política de dividendos, o que resultará em uma redução no valor pago aos acionistas. A estatal também deixou em aberto a possibilidade de criar um programa de recompra de ações. Essa mudança era uma das promessas de campanha do governo Lula, que criticou a política adotada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, que tornou a Petrobras uma das maiores pagadoras de dividendos do mundo durante seu mandato.

Conforme a nova diretriz, a Petrobras estabeleceu um dividendo trimestral correspondente a 45% de seu fluxo de caixa livre, desde que sua dívida bruta esteja abaixo de US$ 65 bilhões, de acordo com o plano estratégico atual. Isso representa uma redução em relação aos atuais 60%. No entanto, o valor ainda está acima dos 40% projetados por analistas do mercado.

A empresa comunicou que, independentemente do nível de endividamento, a nova política determina uma remuneração mínima anual de US$ 4 bilhões em dividendos, sempre que o preço do petróleo estiver acima de US$ 40 por barril. Essa remuneração mínima será a mesma para ações ordinárias e preferenciais, desde que ultrapasse o valor mínimo estabelecido para as ações preferenciais, conforme previsto no estatuto social.

Em casos excepcionais, a Petrobras poderá realizar pagamentos extraordinários aos acionistas, ultrapassando o dividendo mínimo legal obrigatório e/ou os valores previamente estabelecidos, contanto que a saúde financeira seja mantida. A nova política tem como objetivo assegurar previsibilidade nos pagamentos de proventos aos acionistas, ao mesmo tempo em que garante a sustentabilidade financeira da empresa no curto, médio e longo prazos. As mudanças entrarão em vigor imediatamente e serão aplicadas aos resultados do segundo trimestre de 2023.