PF apura troca de acesso de Bolsonaro em app do SUS como prova de que Cid não agiu sozinho
A polícia vai questionar tese de Mauro Cid e ouvir depoimento do ex-presidente nesta semana
Foto: Reprodução/Secom
A Polícia Federal afirma ter em mãos elementos para questionar a tese de que o ex-ajudante do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Mauro Cid, que está preso, atuou sozinho na troca de acesso do antigo presidente em aplicativo do Sistema Único de Saúde (SUS) e vê indícios de associação criminosa. As informações são do jornal O Globo.
Com o avanço da apuração, a PF aponta como principal elemento o suposto conhecimento de Bolsonaro na troca de e-mail vinculado à conta dele no aplicativo ConecteSUS no fim do governo. O caso deve ser usado para confrontar uma eventual versão de que Cid agiu sozinho, sem a participação do ex-presidente.
Segundo apuração, o login de Bolsonaro no aplicativo estava associado ao e-mail de Cid até o dia 22 de dezembro de 2022. Na data, foi gerado um certificado de vacinação de Bolsonaro com o registro falso de duas doses da vacina da Pfizer. Minutos depois, o e-mail foi alterado para o do coronel Marcelo Costa Câmara, o então assessor especial da Presidência.
De acordo com a PF, a mudança ocorreu porque Cid estava prestes a deixar a função de ajudante de ordens de Bolsonaro. Conforme a PF, a alteração cadastral foi feita a partir de conexão de rede do Palácio do Planalto, o que indicaria que Bolsonaro sabia da fraude.
O militar vai prestar depoimento na próxima quinta-feira (18) e o ex-mandatário será ouvido nesta terça (16).