PF identifica depósitos em dinheiro vivo feitos por Mauro Cid para Michelle Bolsonaro
Informação foi revelada pelo site UOL nesta segunda-feira (15)
Foto: Agência Brasil
Polícia Federal (PF) identificou sete comprovantes de depósitos em dinheiro vivo feitos por Mauro Cid, ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), para a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro . A informação foi revelada pelo site UOL nesta segunda-feira (15).
Cid foi preso no dia 3 de maio por suspeita de articular um esquema de fraude em certificados de vacinação contra a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. Segundo a reportagem, os comprovantes de pagamentos estão em conversas do WhatsApp apreendidas no celular do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
Os depósitos, realizados entre março e maio de 2021, segundo os comprovados, somam R$ 8.600 e foram feitos de forma fracionada, prática comum em casos de rachadinha, já que a divisão dos valores reduz a chance de alertas às autoridades. Seis pagamentos foram feitos na caixa eletrônica e um no atendimento presencial.
“Esses depósitos ocorreram predominantemente de forma fracionada, ou seja, o depositante ao invés de utilizar um único envelope com uma quantidade desejada, fracionou o valor total em dois envelopes distintos, cumprindo os depósitos de forma sucessiva em curto espaço temporal [minutos]”, diz um trecho da investigação da PF.
Em outra conversa, a PF também observou uma transferência bancária de R$ 5 mil, realizada em julho de 2021, feita diretamente da conta de Mauro Cid para a conta de Michelle. Há pagamentos em dinheiro vivo de boletos do irmão e da tia de Michelle. Em uma das conversas, Cid menciona que o próprio ex-presidente Bolsonaro teria orientado que o pagamento fosse em dinheiro vivo.
“No grupo de WhatsApp da Ajudância de Ordens, Mauro Cid orientou o Exmo. Sr. Presidente da República, no sentido de o pagamento da GRU ser feito em dinheiro para 'evitar interpretações equivocadas', diz um trecho do despacho do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que autorizou a quebra de sigilo de Mauro Cid em setembro do ano passado.
A investigação agora se debruça em identificar a origem dos valores. O desvio de recursos públicos do Palácio do Planalto não seria descartado. A hipótese, segundo o site, é atendida pelas respostas de Mauro Cid a assessoras de Michelle.