PF deve oferecer delação premiada ao empresário Marcos Moura e vê potencial para “nova Lava Jato”, diz colunista
Empresário foi preso pela Operação Overclean, apontado como líder do esquema
Foto: Reprodução/Redes Sociais
A Polícia Federal (PF) vai oferecer um acordo de delação premiada ao empresário José Marcos Moura, conhecido como “rei do lixo”. A informação foi divulgada pelo blog Caio Junqueira, da CNN, nesta terça-feira (17).
Marcos Moura foi preso em Salvador, na última terça-feira (10), pela Operação Overclean, apontado como líder de um esquema de fraudes em licitações públicas com recursos de emendas parlamentares.
Conforme a CNN, investigadores e integrantes do governo federal comentam a possibilidade do caso se tornar uma “nova Lava Jato”, devido ao grande envolvimento de figuras políticas no esquema.
O rei do lixo tem grande influência nesse cenário com uma ampla rede de contatos. Membro do diretório e da executiva nacionais do União Brasil, o empresário possui contratos com diversos municípios brasileiros, além de ser amigo do ex-prefeito de Salvador, ACM Neto, e ter contato direto com Ana Paula Magalhães de Albuquerque Lima, assessora do senador Davi Alcolumbre (União).
Além de Marcos Moura, a PF também quer oferecer acordo aos outros presos na operação e que ajudavam a operacionalizar o esquema, como os irmãos Fabio Parente e Alex Parente – este apontado também como liderança, ao lado de Marcos Moura.
Segundo o relatório da PF, Alex Parente teria compartilhado o contato de Ana Paula Magalhães de Albuquerque com outro integrante do grupo, a pedido de Moura. Alcolumbre, atual presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), é apontado como favorito para a presidência do Senado em 2025.
A Operação Overclean foi realizada em cinco estados: Bahia, Tocantins, São Paulo, Minas Gerais e Goiás. Conforme a Receita Federal, o esquema foi estruturado para direcionar recursos públicos vindos de emendas parlamentares, convênios para empresas, e pessoas ligadas a administrações municipais, através de contratos superfaturados firmados com o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS). O grupo teria movimentado aproximadamente R$ 1,4 bilhão.
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