PF diz que inquérito divulgado por Bolsonaro não estava sob sigilo
Segundo a sindicância, o delegado atendeu a um pedido do relator da proposta
Foto: Agência Brasil
A Corregedoria da Polícia Federal (PF) concluiu que o delegado Victor Neves, responsável por entregar ao deputado Filipe Barros o inquérito que apura um ataque hacker sofrido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2018, não cometeu irregularidades. Segundo a sindicância, o delegado atendeu a um pedido do relator da proposta.
O delegado Daniel Carvalho Brasil Nascimento, chefe do setor de inteligência policial, pontua que na investigação não havia determinação de sigilo dos autos, seja por decisão do delegado ou em razão de alguma decisão judicial. “Do exposto, não há, s.m.j, alcance da conduta em tipo infracional de ordem administrativa, razão pela qual a autoridade signatária inclina-se pelo arquivamento da presente sindicância”, afirma um trecho da decisão do delegado Daniel Nascimento.
Caso
O presidente Jair Bolsonaro (PL) divulgou em entrevista à Jovem Pan, no dia 4 de agosto de 2021, documentos sobre uma suposta invasão a sistemas e bancos de dados do TSE. Na ocasião, ele estava acompanhado de Filipe Barros.
Cinco dias depois, no dia 9 de agosto, os ministros do TSE enviaram uma notícia-crime ao STF pedindo a apuração do eventual crime cometido pelo delegado de Polícia Federal Victor Feitosa Neves Campos e, na sequência, por Bolsonaro e Barros.