PF já tem imagens da suposta agressão a Moraes, mas esbarra em burocracia italiana
Há mais de dez dias o órgão aguarda o recebimento dos materiais no Brasil
A sede da Polícia Federal em Roma já está com as imagens das câmeras de segurança do aeroporto de Fiumicino, na Itália, que mostram as supostas agressões sofridas pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF. No entanto, o órgão ainda não pode enviar os materiais ao Brasil devido à burocracia da Justiça italiana.
Segundo representantes da PF, para que as imagens sejam utilizadas no inquérito aberto sobre o caso, a justiça daquele país deve autorizar o envio, sob risco das provas serem anuladas aqui no Brasil. A grande questão é que há mais de dez dias que a análise encontra-se parada na justiça italiana.
Segundo especialistas, o fato de haver um governo direitista na Itália pode contribuir para a demora. Uma outra explicação plausível para a demora no envio das imagens é o calendário: agosto é o auge do verão na Europa e um período onde os habitantes costumam tirar férias. Na Itália, por exemplo, celebra-se todo dia 15 deste mês o feriado de Ferragosto, uma festividade que remonta aos tempos do Império Romano.
Entenda o caso
No dia 15 de julho, o ministro Alexandre de Moraes e sua família realizavam uma conexão na cidade de Siena, na Itália, em direção a outra cidade europeia. Dado momento, eles foram abordados por três brasileiros, que xingaram o ministro de “bandido, comunista e comprado”.
Um dos brasileiros envolvidos na confusão alega que houve apenas um pequeno desentendimento, mas sem nenhum tipo de agressão. Já Alexandre de Moraes e sua família relataram, em depoimento, que um dos homens deferiu um tapa no rosto do filho do ministro, de 27 anos, a ponto de fazer seus óculos caírem.
Como há divergências entre as versões apresentadas por Alexandre de Moraes e seus familiares e os supostos agressores, as imagens das câmeras de segurança do aeroporto são fundamentais para a conclusão do inquérito aberto no Brasil.