PF solicita quebra de sigilo bancário e fiscal de Bolsonaro
Pedido foi feito no contexto da investigação sobre suposta tentativa de venda de joias
Foto: Agência Brasil
A Polícia Federal (PF) solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a autorização para quebrar o sigilo bancário e fiscal do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no contexto da investigação sobre a suposta tentativa de venda de joias e presentes recebidos durante seu governo.
Além disso, a PF busca ouvir novamente o ex-mandatário, visando esclarecer uma possível ligação entre Bolsonaro e a comercialização de itens de luxo efetuada por seus assessores.
Entre os episódios em foco, destaca-se a tentativa de venda de uma caixa de joias presenteada a Bolsonaro pelo governo da Arábia Saudita. Essa transação teria sido intermediada por Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, com uma loja de artigos de luxo em Nova York, EUA.
Segundo relatório da PF, as joias de alto valor foram incluídas no catálogo de Dia dos Namorados da Fortuna Auction, em 30 de janeiro, com um preço estimado entre US$ 120 mil e US$ 140 mil. O leilão ocorreu no início de fevereiro.
A PF indica que assessores de Bolsonaro realizaram a venda das joias após tomarem conhecimento da decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) que demandava a restituição dos itens.
As investigações sugerem que "há indícios contundentes de que os envolvidos usaram a estrutura governamental para desviar bens de alto valor entregues por autoridades estrangeiras ao Presidente da República".
Consequentemente, a PF desencadeou uma operação nesta sexta-feira (11/8) visando Mauro Cid, seu pai, o general Mauro César Lourena Cid, e o advogado da família Bolsonaro, Frederick Wassef. O ministro Alexandre de Moraes, do STF, autorizou a ação no contexto do inquérito das "milícias digitais". A operação envolveu cumprimento de mandados de busca e apreensão em Brasília, São Paulo e Niterói.
Além disso, a Polícia Federal tem a intenção de tomar o depoimento da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) no âmbito da investigação sobre a possível venda irregular de presentes destinados ao ex-presidente, os quais deveriam integrar o acervo da União.