PGR defende rejeição de investigação contra Bolsonaro por falas sobre sistema eleitoral
Lindôra Araújo enviou documento ao Supremo nesta segunda (6)
Foto: Isac Nóbrega/PR
A Procuradoria-Geral da República (PGR) defendeu que o Supremo Tribunal Federal (STF) rejeite um pedido de investigação do presidente Jair Bolsonaro (PL). Em abril, ao final de um ato político no Palácio do Planalto, o mandatário levantou suspeitas contra o sistema de votação do Brasil ao afirmar que a apuração dos votos no país é centralizada em uma "sala secreta" do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Na ocasião, ele afirmou que as Forças Armadas sugeriram ao TSE que militares façam uma contagem paralela dos votos nas eleições. De acordo com o presidente, os votos das eleições são apurados em uma "sala secreta" do TSE, na qual “meia dúzia de técnicos dizem ali no final: 'olha, quem ganhou foi esse'".
O deputado professor Isarael Batista (PSB-DF) acionou o Supremo pedindo a investigação do presidente pelos crimes de peculato, prevaricação e contra o Estado Democrático de Direito. Em manifestação enviada ao Supremo, a vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo, afirmou que a fala do presidente não configura conduta criminosa.
“As falas presidenciais não constituem mais do que atos característicos de meras críticas ou opiniões sobre o processo eleitoral brasileiro e a necessidade, na ótica do chefe do Poder Executivo da União, de aperfeiçoamento do sistema eletrônico de votação”, disse a PGR.