PGR fecha dez novos acordos de delação premiada

Entre alvos estão parlamentares e estados

Por Da Redação
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PGR fecha dez novos acordos de delação premiada

Foto: Reprodução/Agência Brasil

A atual gestão do procurador-geral da República, Augusto Aras, promoveu um novo impulso à negociação de delações premiadas e tem uma lista de dez novos acordos que devem atingir, principalmente, os parlamentares do Congresso Nacional e esquemas de corrupção nos estados, incluindo parlamentares o Poder Judiciário. Essa retomada de delações premiadas marca uma mudança em relação à gestão de Raquel Dodge. 

Durante seus dois anos à frente da PGR (Procuradoria-Geral da República), Dodge só assinou dois grandes acordos de colaboração na Lava-Jato (do lobista Jorge Luz e do ex-presidente da OAS Léo Pinheiro) e fez outros acordos menores, principalmente perante o Superior Tribunal de Justiça.

Nenhuma das novas delações é desdobramento das investigações da força-tarefa da Lava-Jato em Curitiba. Nos últimos meses, Aras tem feito críticas aos procuradores da Lava-Jato paranaense, que veem como incerta a prorrogação da atual estrutura da força-tarefa, até que se adiante a transição para um novo modelo de trabalho.

A equipe de Aras calcula que os novos acordos totalizam cerca de R $ 2 bilhões a serem recuperados para os cofres públicos, de forma parcelada. Foi nessa linha que a PGR fechou neste mês seu acordo de maior valor, de R$ 1 bilhão com o acionista do grupo Hypera Pharma (antiga Hypermarcas) João Alves de Queiroz Filho, o Júnior.

Uma negociação inclui mais dois ex-funcionários do grupo, que se atuais novos delatores: o ex-CEO Cláudio Bergamo e Carlos Roberto Scorsie. Também está prevista no acordo a repactuação da delação premiada do ex-diretor de relações institucionais Nelson Mello, que havia omitido fatos em seu primeiro acordo.

No total, o acordo dos executivos do grupo Hypera Pharma prevê uma recuperação de R$ 1.095 bilhão aos cofres públicos. As delações devem atingir principalmente os parlamentares do MDB, acusados ??de receber repasses, via caixa dois, para favorecer os interesses da empresa no Congresso.

O material está com o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Edson Fachin para homologação. A lista de Aras também inclui dois novos delatores da Operação Faroeste, que investiga denúncias de venda de sentenças no Tribunal de Justiça da Bahia.

Já denunciados pela PGR, o produtor rural Nelson José Vigolo e o advogado Vanderlei Chilante assinaram delação na qual admite ganhar de propina para processos em andamento. O acordo ainda não foi homologado pelo ministro do STJ Og Fernandes, relator do caso.  

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