PIB brasileiro pode ser afetado pela guerra na Ucrânia, diz FGV
Segundo o estudo, há a possibilidade de alta no preço dos alimentos, dos combustíveis e a instabilidade cambial
Foto: Divulgação/Ministério do Interior da Ucrânia
De acordo com a sondagem mais atual divulgada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), o Brasil tem perspectiva de pior crescimento econômico entre países da América Latina para este ano. Segundo os dados expostos, a situação pode se complicar ainda mais com a guerra na Ucrânia.
A depender de como a situação vá se desenrolar, as consequências podem ter impacto direto no Produto Interno do Brasil (PIB), ao longo de 2022. Entre os problemas que podem ser gerados, estão a possibilidade de alta no preço dos alimentos, dos combustíveis e a instabilidade cambial.
A fundação informou que para o primeiro trimestre de 2022, constatou deterioração do clima econômico no Brasil. O indicador recuou 2,8 pontos, de 63,4 para 60,6 pontos no início deste ano, quando comparado com os últimos três meses de 2021. Estes números geraram ao país o acúmulo do menor índice entre as Nações da América Latina. A pesquisa foi realizada com 160 especialistas espalhados em 15 países diferentes.
Em termos de crescimento, o país apresentou quadro positivo apenas em relação ao indicador de expectativas, que teve alta de 42,7 pontos e chegou a 115,4. As informações são da CNN.
Segundo o professor Joelson Sampaio, um dos responsáveis pela Sondagem Econômica da América Latina da FGV, a situação do território brasileiro pode piorar com os efeitos gerados pela guerra da Ucrânia. Um dos pontos mais imediatos pode ser a alta no preço do petróleo. O barril do tipo Brent encerrou a semana passada em US$ 105, o maior nível desde 2014.
Outro aspecto da economia que pode ser impactado pela guerra é o preço dos alimentos, porque a Rússia e a Ucrânia estão entre os principais produtores mundiais de trigo.
Por fim, caso a inflação não diminua, a taxa de juros poderá aumentar. A edição mais recente do boletim Focus, pesquisa semanal com instituições financeiras divulgada pelo Banco Central, sinaliza uma inflação de 5,56% e uma alta de 0,3% para o PIB em 2022.