Pilotos de avião cometem erros no retorno ao trabalho, diz banco de dados dos EUA
Profissionais ficaram afastados durante a pandemia
Foto: Getty Images
Um banco de dados criado para identificar ameaças emergentes à segurança dos Estados Unidos contém um grande número de erros relatados confidencialmente por pilotos de avião afastados das atividades desde o início da pandemia e mostram que os profissionais, na maioria, estão cometendo erros no retorno ao trabalho. O programa de monitoramento, financiado pela Administração da Aviação Federal dos EUA, foi lançado há décadas, mas agora envia sinais de alerta quando aviões retornam aos céus no mundo todo.
Um dos relatos conta, por exemplo, que um piloto de uma companhia aérea se esqueceu de acionar o segundo motor do avião para a decolagem, um erro que poderia ter acabado em desastre se ele não tivesse abortado o voo. Outro piloto, que retornava ao trabalho depois de sete meses desempregado por causa da pandemia, na descida para a aterrissagem, percebeu quase tarde demais que não tinha baixado as rodas e reverteu a aproximação a apenas 240 metros da pista.
Na semana passada, um outro avião de passageiros pilotado por um capitão, que voava pela primeira vez em mais de seis meses, seguiu na direção errada. Em todos esses casos, a tripulação atribuiu as falhas à falta de voos durante a pandemia da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. Demissões em companhias aéreas deixaram cerca de 100 mil pilotos com horas mínimas de trabalho ou em licenças de longa duração, segundo a consultoria Oliver Wyman. Muitos não pilotam há mais de 18 meses.