Joe Biden enfrenta crise no governo e vê sua popularidade cair
Presidente dos Estados Unidos está precisando pacificar o próprio partido para aprovar seus projetos no Parlamento
Foto: Sarahbeth Maney/Getty Images
A lua de mel entre Joe Biden e seu eleitorado parece ter acabado. Apesar de ter contado com uma alta popularidade nos primeiros seis meses de mandato, tendo como um dos principais fatores a descendência da curva da pandemia de Covid-19, como resultado da vacinação em massa contra a Covid-19, a realidade agora é outra. O presidente dos Estados Unidos enfrenta uma queda de popularidade em meio a acontecimentos caóticos e de grande repercussão no país.
Em agosto, Biden viu, pela primeira vez desde que se instalou na Casa Branca, sua taxa de aprovação cair abaixo dos 50%. Um dos causadores dessa queda é o grande, e desastrado, gesto de retirar as tropas americanas do Afeganistão e a retomada do poder pelos fundamentalistas do Talibã.
Além disso, um novo aumento de casos da Covid-19 pela variante Delta, juntamente com a divulgação de imagens chocantes de imigrantes haitianos desabrigados e sendo chicoteados por patrulheiros ao cruzar a fronteira com o México, levaram o presidente estadunidense a bater um recorde desaprovação. Biden atingiu o índice de 53% de desaprovação do seu governo, antes 38% que aprovam. Este é o mais baixo índice neste estágio desde Bill Clinton, praticamente empatado com o do antecessor, Trump.
Há ainda mais um enrosco que pode prejudicar a popularidade do presidente: a aprovação de dois pacotes trilionários, cruciais para implementar sua agenda econômica e melhorar a imagem de sua administração. Mas uma rixa ideológica entre deputados e senadores de seu próprio partido está emperrando qualquer votação na Câmara. A briga é ente a ala mais progressista do partido e a moderada.
Mas Joe Biden aposta na expectativa de que essas duas alas levantem a bandeira branca e firmem uma trégua agora, aprovando pelo menos parte das medidas propostas, visando um bem maior: as eleições legislativas em 2022. Os democratas correm o risco de perder, a sua já precária, maioria na Câmara e no Senado. Com isso, o Legislativo seria dominado pelos republicanos, considerados 'mão-fechada', e diante disso, Biden pode ter que dar adeus aos seu planos de governo trilionários.