Pior cenário para economia é interromper isolamento, revela Mario Mesquita
O economista-chefe do banco Itaú também afirmou que o impacto no setor irá depender da retomada das atividades após isolamento
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O economista-chefe do banco Itaú, Mario Mesquita, afirmou nesta sexta-feira (3), que o pior cenário para a economia é um em que se interrompe, de forma prematura, o isolamento social causado pela pandemia do coronavírus sem escutar recomendações de autoridades de saúde.
Durante o debate "Propostas para o Recomeço", da revista Valor, o economista disse que manter as medidas de confinamento são técnicas e que só quem tem o conhecimento para recomendar a decisão são as autoridades de saúde. “Quem sabe a extensão necessária dessas medidas são as autoridades de saúde”, comentou o economista.
Ainda segundo Mesquita, a derruba das medidas de quarentena será mais negativa para a economia se as autoridades não escutarem os técnicos da área da saúde.“Isso pode ser mais negativo para a atividade do que enfrentar o processo agora”, afirmou.
O economista também revelou que o impacto da contração econômica irá depender da velocidade da retomada das atividades após o período de isolamento social. Mesquita também prevê uma redução de 0,7% do PIB em 2020. “O impacto na economia vai depender da velocidade da retomada pós-isolamento social. Se a gente supor que vai ter o impacto no PIB no curtíssimo prazo na ordem de 30% num período de um mês, o crescimento deste ano, se a gente tiver recuperação integral no terceiro trimestre, o PIB vai ficar entre -0,5% e 1%”, disse.