PM suspeito de matar adolescente de 17 anos em Salvador é afastado das ruas e tem arma recolhida
Crime aconteceu no bairro de Ondina e foi filmado; jovem de 19 anos também foi baleado e está internado
Foto: Reprodução/Redes Sociais
O policial militar Marlon da Silva Oliveira, investigado por matar um adolescente de 17 anos a tiros e ferir outro jovem, de 19, em Salvador, foi realocado para a área administrativa da corporação e teve a arma recolhida. A informação foi confirmada pela Polícia Militar, nesta quarta-feira (4).
O crime aconteceu na madrugada de domingo (1°), no bairro de Ondina, e foi filmado por uma pessoa que passava no local. Marlon da Silva Oliveira disparou cerca de 12 vezes.
No vídeo, é possível ver que as duas vítimas foram rendidas por Marlon da Silva e colocadas deitadas no chão, com as mãos na cabeça. Os jovens foram xingados e receberam tapas. Mesmo após atender as ordens dos PMs, eles foram baleados.
Gabriel Santos Costa não resistiu aos ferimentos. Já o amigo dele, de 19 anos, que não teve o nome divulgado, segue internado no Hospital Geral do Estado (HGE).
No dia do crime, o policial, que atua na 9ª Companhia Independente da Polícia Militar, no bairro da Boca do Rio, não estava fardado, nem usava o carro da corporação. Em depoimento à Polícia Civil, ele alegou legítima defesa, e afirmou que os jovens tentaram assaltá-lo. No entanto, a corporação não aceitou o argumento e realizou pedido de prisão preventiva, que será avaliado pela Justiça.
Segundo a delegada Zara Pimentel, titular da 1° Delegacia de Homicídios, oito testemunhas já foram ouvidas e o circuito de câmeras de segurança e dos vídeos que estão circulando na internet são analisados.
"Um vídeo só não é elemento de prova suficiente pra um indiciamento e, por consequente, uma condenação. A todo um conjunto de provas que serão construídas no curso dessa investigação", explicou.
A família de Gabriel pede a quebra de sigilo do celular do suspeito. O corpo dele foi sepultado na tarde de segunda-feira (2) sob forte comoção e pedidos de justiça.
Por meio de nota, a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) informou que a PM instaurou um processo administrativo disciplinar, enquanto a Polícia Civil abriu inquérito para esclarecer a motivação e a dinâmica do crime. O inquérito tem 30 dias para ser concluído e deverá ser analisado pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA), que acompanha o caso.
Veja vídeo do momento do crime: