Polícia do DF prende homem que tentou invadir sede do STF
O caso é o terceiro do tipo em menos de quatro meses

Foto: CNJ
A Polícia Civil do Distrito Federal informou ter prendido, na sexta-feira (28), um homem de 52 anos que tentou invadir a sede do STF (Supremo Tribunal Federal).
Segundo a corporação, o suspeito pulou a cerca do tribunal e tentou entrar no prédio na última quarta-feira (26), mas foi impedido. O homem, que não teve o nome revelado, teria proferido "diversas ameaças, ofensas e hostilizações a ministros do Supremo".
Ele foi encontrado em sua casa em Samambaia, na região metropolitana de Brasília, após a investigação apontar que ele "planejava ações extremistas".
A polícia afirmou que os agentes pretendiam apenas fazer buscas e apreensões na residência, mas o suspeito resistiu à abordagem e tentou agredir os agentes. A corporação disse, então, que fez "uso moderado da força" e o prendeu em flagrante por resistência e desacato.
De acordo com os policiais, o preso tinha em sua casa "bilhetes confirmando as suas intenções violentas, bem como um artefato para a construção de bomba caseira". Além disso, eles encontraram um casaco de uso exclusivo da Polícia Militar do DF.
Os investigadores agora apuram as motivações do ataque e buscam "mais elementos de informação que corroborem o crime de apologia ao crime e ameaças aos ministros do Supremo". Segundo apurou o UOL, possíveis ligações partidárias do suspeito também são investigadas.
O caso é o terceiro do tipo em menos de quatro meses.
Em 13 novembro, Francisco Wanderley Luiz, conhecido como Tiü França, se explodiu em frente à Praça dos Três Poderes. Já em 29 de dezembro, Lucas Ribeiro Leitão foi preso no interior da Bahia, pegando carona em um caminhão a caminho de Brasília, por suspeita de planejar ataques na capital federal.
A prisão também ocorre dez dias após a denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República) contra investigados por tentativa de golpe, incluindo Jair Bolsonaro (PL) e mais 33 pessoas. A acusação afirma que o 8 de janeiro foi "fomentado e facilitado" pela organização criminosa que seria liderada pelo ex-presidente.
Em novembro, a Polícia Federal informou que o Supremo e seus ministros já haviam recebido mais de mil ameaças por e-mail desde os atos de 8 de janeiro, e que várias delas chegaram à Corte logo após a explosão causada por Tiü França e endossando aquela tentativa de atentado.
O chefe da AGU (Advocacia-Geral da União) repudiou a nova tentativa de invasão do STF. Em publicação no X, Jorge Messias defendeu que "é crucial responsabilizar os criminosos do 8 de janeiro, tanto civil como criminalmente". Bolsonaro e seus aliados têm tentado emplacar, no Congresso, uma proposta de anistia aos envolvidos.