Polícia Federal apreende R$ 63 milhões em ouro ilegal em 10 anos no Brasil

Nos últimos 10 anos, a Polícia Federal (PF) apreendeu um total de 205 kg de ouro ilegal em todo o Brasil, o que corresponde a uma média de 53 gramas apreendidos por dia. Essa quantidade, avaliada em R$ 63 milhões em valores atuais, revela a dimensão do mercado ilegal de ouro no país. O ouro ilegal apreendido estava relacionado a crimes de mineração ilegal, englobando atividades como garimpo não autorizado, além do transporte e venda clandestina de minério.

Um levantamento realizado pelo Metrópoles, com base em dados fornecidos pela PF por meio da Lei de Acesso à Informação, destaca a Amazônia Legal como uma das áreas mais afetadas por essa prática criminosa. Nessa região, 41,7% do ouro ilegal foi apreendido pela PF. No entanto, o estado de Goiás liderou o ranking de apreensões, devido a uma única operação que resultou na apreensão de 111 kg de ouro. 

Essas barras de ouro foram interceptadas em um avião no aeroporto de Goiânia em junho de 2019. Posteriormente, as investigações revelaram que a nossa vinha de garimpos ilegais na região sul do Pará e norte do Mato Grosso, estados pertencentes à Amazônia Legal.

Dessa forma, cerca de 95,8% de todo o nosso ouro ilegal foi apreendido ou rastreado pela PF nos últimos 10 anos tem origem na Amazônia Legal. Além disso, a região também se destaca em termos de prisões relacionadas a crimes de mineração ilegal. Rondônia liderou o ranking de prisões em flagrante, seguido por Mato Grosso, Pará e Roraima. Roraima ganhou destaque nacional devido à complexa operação de remoção de garimpeiros em terras indígenas Yanomami.

Um exemplo recente ocorreu em Rondônia, onde a PF e o ICMBio realizaram uma operação que foi investigada na prisão de garimpeiros envolvidos na extração ilegal de cassiterita, um minério utilizado para a produção de estanho, que por sua vez é utilizado na fabricação de diversos produtos, desde latas até móveis domésticos e industriais. A captura ilegal ocorreu em uma área de difícil acesso na divisão de Rondônia com o Amazonas e foi identificada por meio de monitoramento via satélite.