Polícia informa que suspeita de fazer bolo envenenado tem crimes em série; mulher tem prisão temporária
Três pessoas da família de Deise morreram consumindo a sobremesa com arsênico
Foto: Divulgação
A mulher identificada como Deise Moura dos Anjos, de 39 anos, é a suspeita por envenenar o bolo que causou a morte de três pessoas da mesma família, em Torres, no Rio Grande do Sul, além de seguir sendo investigada por diversos crimes em séries com pessoas próximas da família.
Deise foi presa no domingo (5), respondendo por triplo homicídio duplamente qualificado por motivo fútil e com emprego de veneno, além de três tentativas de homicídio duplamente qualificado, no episódio que ocorreu no dia 23 de dezembro de 2024. A detenção temporária foi estabelecida por 10 dias, prazo suficiente para conclusão total da investigação.
A polícia confirmou na sexta-feira (10) que Deise comprou e usou arsênico, veneno utilizado em pesticidas, para envenenar o bolo. Investigações mostraram a presença de arsênio (substância química que dá origem ao veneno) no sangue das vítimas.
"Foram identificadas concentrações altíssimas de arsênio nas três vítimas, tão elevadas que são tóxicas e letais. Para se ter ideia, 35 microgramas já são suficientes para causar a morte de uma pessoa. Em uma das vítimas, havia concentração 350 vezes maior", explicou a diretora do Instituto-Geral de Perícias (IGP), Marguet Mittman, afirmando que a fonte da contaminação foi a farinha usada na preparação do bolo.
No total, três pessoas morreram após comer o bolo: as irmãs Neuza Denize Silva dos Anjos e Maida Berenice Flores da Silva, e a filha de Neuza, Tatiana Denize Silva dos Anjos.
O marido de Deise, Diego Silva dos Anjos, será chamado para depor como testemunha do caso, visto que ele não é considerado investigado, conforme a Polícia Civil, sendo ouvido nos próximos dias. Uma perícia feita constatou que o pai de Diego também foi morto por ingerir arsênio, em setembro de 2024.
A delegada Sabrina Deffente, diretora regional da polícia no Litoral Norte, aponta que a suspeita praticava "tentativas de homicídio em série", levantando indícios de que ela "tenha praticado outros envenenamentos em pessoas próximas da família".
"Não temos dúvida de que se trata de uma pessoa que praticava homicídios e tentativas de homicídio em série. Por muito tempo não foi descoberta, e por muito tempo tentou apagar as provas", cita a delegada.
Deise nega qualquer tipo de envolvimento das mortes.