Policial é denunciado sob suspeita de praticar tortura contra ex-governador Garotinho na prisão
Denuncia feita pelo MPRJ é referente à 2017
Foto: Mauro Pimentel/AFP
Um policial militar foi denunciado, nesta sexta-feira (20), por suspeita de praticar atos de tortura física e mental contra o ex-governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho. O Ministério Público do Rio de Janeiro abriu a denuncia referente à ato que aconteceu em 2017, enquanto o político esteve preso na Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica.
Segundo a denuncia, o policial militar, que não teve o nome divulgado, teria invadido a cela que Garotinho ocupava e o torturado com golpes de um bastão semelhante a um taco de beisebol. Além de fazer ameaças de morte contra o ex-governador.
O caso aconteceu na madrugada do dia 24 de novembro de 2017. Na ocasião, o político chegou à prestar depoimento e a Policia Civil afirmou que ia apurar os fatos. O policial acusado é filho de um ex-subsecretário adjunto de Unidades Prisionais da Secretaria de Administração Penitenciária do estado.
Em detalhes, a ação diz que o militar ingressou na cela B4, ocupada por Garotinho, por volta de 1h50 da madrugada, portanto o objeto nas mãos e uma arma de fogo na cintura e ordenou que o ex-governador descesse da cama. Após dizer que o político “gostava de falar muito”, acertou o joelho dele com o bastão. Após a agressão, o acusado, com a arma de fogo em mãos, disse: “Só não vou te matar para não sujar para o pessoal aqui do lado”, referindo-se a outros presos custodiados no local, em seguida, pisou no pé de Garotinho. O ex-secretário estadual de Saúde, médico Sérgio Côrtes, fez o primeiro atendimento ao ex-governador.
Garotinho passou por um exame de delito, além de fotografias, que formaram um acervo documental que comprova as lesões sofridas na ocasião.
A denúncia do MPRJ foi com base no ato de submeter alguém, sob guarda, poder ou autoridade, ao emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo. Com isso, o acusado pode levar pena de dois a oito anos de reclusão.