MEC contrata empresa envolvida com corrupção
Empresa é suspeita de pagar propina na Paraíba e em outros estados

Foto: Divulgação/MEC
O Ministério da Educação (MEC) contratou a Brink Mobil, uma empresa fornecedora de kits escolares a estudantes que, de acordo com a Polícia Federal (PF), está ligada a um esquema que desviou R$ 134,2 milhões de dinheiro público da saúde e da educação na Paraíba. Os representantes do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), órgão ligado ao MEC e responsável pela contratação, mesmo sabendo da investigação da PF, optaram por manter o negócio.
A Brink Mobil possuí um histórico de suspeitas de irregularidades no fornecimento de material escolar a prefeituras e governos estaduais. Em 2018, a empresa foi denunciada no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) por formação de cartel em licitações públicas, sendo acusada de fraudar licitações no Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina e Goiás entre 2007 e 2012.
Nesta semana, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, fez uma série de vídeos sobre os kits escolares vendidos pela Brink. Nas filmagens, que já foram excluídas das redes sociais, o ministro pede a seus seguidores que pressionem prefeitos a buscarem ajuda de deputados federais a fim de conseguir mais recursos para comprar o produto em seu município. Uma das postagens foi reproduzida na conta do presidente Jair Bolsonaro no Instagram.
O contrato com a Brink, que pode chegar a R$ 406 milhões, foi assinado em novembro do ano passado, quando a Operação Calvário, da PF, já se encontrava em curso. A empresa é também acusada de pagar ao menos R$ 1,8 milhão em propina para obter contratos no governo de Ricardo Coutinho (PSB), na Paraíba.