Poluição cresce 350 vezes após incêndio no Parque Nacional
Fogo consumiu 1,4 mil hectares do Parque Nacional da capital
Foto: Joédson Alves/ Agência Brasil
A poluição do ar de Brasília aumentou em 350 vezes devido a um incêndio devastador que atingiu 1,4 mil hectares do Parque Nacional da cidade. A concentração de partículas finas, conhecidas como PM 2,5, saltou de 4 microgramas por metro cúbico para alarmantes 1.300 μg/m³.
O Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) prevê como padrão de qualidade do ar, no máximo, 60 µg/m3 para partículas finas com diâmetro inferior a 2,5 micrômetros em uma média de 24 horas. As MP tamanho 2,5 são menores e têm maior facilidade para entrar no aparelho respiratório e na corrente sanguínea, causando problemas de saúde, principalmente em crianças, idosos e pessoas com doenças crônicas.
Mesmo o padrão de 60 µg/m3 é considerado alto quando comparado com outros países. Por isso, o Conama aprovou resolução em julho de 2024 prevendo a redução desse padrão para 50 µg/m3, em 2025, até chegar em 25 µg/m3, na média de 24 horas, em 2044. Já a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda como limite para concentração de partículas no ar, uma média diária de 15 µg/m3 para partículas 2,5.
O Instituto Alana, em conjunto com o próprio Conama, ressalta a urgência da situação. Além disso, os órgãos destacam a necessidade de informar a população sobre os riscos associados.
A monitorização da qualidade do ar na cidade é considerada inadequada, uma vez que o Instituto Brasília Ambiental (Ibram) divulga dados apenas a cada seis dias. Essa lacuna na informação é preocupante, especialmente em um momento crítico como o atual.