Porto Seguro registrou avanço de 52% na geração de empregos, aponta CNC
Polos turísticos ou produtores e exportadores de commodities foram os que mais geraram empregos

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Uma pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) apontou que municípios com vocação turística ou que se destacam na produção e exportação de commodities (produtos agrícolas e minerais comercializados no mercado internacional) estão contribuindo para a redução do desemprego no país. No levantamento, Porto Seguro (BA) se destacou como a segunda cidade a apresentar o maior avanço no emprego entre julho de 2020 e janeiro de 2022, com crescimento de 52% (10.019).
A pesquisa analisou os 5.570 municípios do país, em cidades que empregam pelo menos 10 mil trabalhadores formais. O resultado encontrado abrangeu mais de 660 municípios.
“A gente analisou município a município como evoluiu o estoque de empregados”, afirmou o economista da CNC Fabio Bentes à Agência Brasil.
Entre os 20 municípios que mais geraram vagas de emprego, em termos relativos, os pesquisadores da CNC apontam que 15 deles são polos turísticos ou polos produtores e exportadores de commodities. “Dos 20, dez são turismo, como Porto Seguro (BA), Araruama (RJ), Balneário Camboriú (SC), entre outros”, explicou.
A sondagem apontou que Canaã dos Carajás (PA) foi o município com maior variação positiva de ocupações no mercado de trabalho formal durante o período, com 66%, ou o equivalente à criação de 7.370 vagas. Já as quatro cidades nas posições seguintes do ranking são localidades com vocação turística, sendo Porto Seguro (BA), com avanço de 52% (10.019); seguido por Vacaria (RS), com 44% (7.164); Araruama (RJ), com 39% (5.019); e Ipojuca (PE), com 37% (7.452), respectivamente.
Já as commodities agrícolas também apresentaram destaque nos municípios de Pederneiras (SP), com elevação de 23% dos postos de trabalho (2.590) e Santo Antônio de Jesus (BA), também registrando avanço de 23% (4.152), nos quais predominam as produções de açúcar e citricultura, respectivamente.
Fabio Bentes aponta que o setor turístico, o mais prejudicado durante a pandemia da Covid-19, é o que apresenta a melhor recuperação. “Foi o que mais apanhou durante a pandemia, mas em compensação, e justamente por conta disso, é o que tem mais potencial de regeneração do mercado de trabalho”, explicou.
Neste período de 20 meses, o CAGED apontou que foram geradas mais de 4,44 milhões de vagas, apontando um avanço de 12% no estoque de todos os municípios. “Mas a gente teve municípios com taxa de crescimento de 70%, 50%, 40%. Ou seja, um indício de que, passadas as fases mais agudas da pandemia, o turismo, de certa forma, está conseguindo se regenerar”, disse Fábio.
“É um setor que tem potencial de recuperação, mas por conta da deterioração das condições econômicas, como inflação alta, juros altos, determinados serviços com preço variando de forma significativa tendem a colocar um freio nessa tendência de recuperação. Sai de cena a crise sanitária e entra em cena essa deterioração das condições econômicas. Daí o Índice de Preços ao Consumidor Amplo [IPCA] de 11%, que prejudica o setor de turismo”, explicou.