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Política

'Pouca assistência governamental e diálogo restrito', justifica líder do PT não reeleito na Câmara de Salvador

Para Tiago Ferreira, a redução do partido na Casa também está ligada à falta de um cabeça de chapa petista

Por Ane Catarine Lima
Ás

Atualizado
'Pouca assistência governamental e diálogo restrito', justifica líder do PT não reeleito na Câmara de Salvador

Foto: Divulgação/CMS

O vereador e líder da bancada do PT na Câmara Municipal de Salvador (CMS), Tiago Ferreira, está entre os 15 parlamentares que não conseguiram se reeleger nas eleições municipais deste ano. Em entrevista exclusiva ao Farol da Bahia, o petista apontou alguns fatores que fizeram o partido perder cadeiras na Casa Legislativa, passando de quatro para apenas uma.

Entre os motivos, segundo Tiago, está a ausência de um candidato do PT encabeçando a chapa majoritária. Para ele, o grupo político, representado na disputa pelo candidato a prefeito Geraldo Júnior (MDB), não apresentou políticas adequadas para Salvador. Sem citar nomes, o vereador também afirmou que faltou “assistência” e “diálogo" com o governo da Bahia.

"O enfraquecimento da oposição na Câmara é inegável, pois o PT saiu de quatro vereadores para apenas um. Isso ocorreu pela falta de um candidato do PT encabeçando a chapa majoritária. Além disso, a formação da federação também contribuiu para esse resultado", afirmou o vereador.

"No entanto, ressalto que o fato do PT não ter cabeça de chapa influenciou muito e enfraqueceu toda a composição. Houve falta de políticas para Salvador por parte do nosso grupo, além de pouca assistência do ponto de vista governamental e um diálogo muito restrito. Tudo isso impactou de forma negativa", acrescentou.

Tiago também afirmou que as eleições deste ano foram mais difíceis do que as anteriores devido ao desempenho do prefeito reeleito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil).

"Essa eleição foi muito mais difícil. As questões econômicas prevaleceram. O suporte da máquina municipal aos seus candidatos e o fortalecimento do prefeito puxou os aliados para cima. Com uma aprovação de 80%, Bruno elevou a votação de todos os vereadores de sua base, o que ampliou a bancada governista", pontuou.

O partido do prefeito, o União Brasil, foi o que mais conquistou cadeiras na Câmara Municipal nesta eleição. No total, foram sete vereadores eleitos. Considerando toda a coligação formada para a eleição do Executivo, composta por 13 partidos, o número de eleitos pelas legendas aliadas à gestão municipal sobe para 37. 

Rodoviários desassistidos

A partir de janeiro de 2025, a Casa Legislativa Municipal não terá representantes diretos dos rodoviários. Além de Tiago Ferreira, Hélio Ferreira (PCdoB) também não conseguiu renovar o mandato.

Ligados ao Sindicato dos Rodoviários, ambos levantam bandeiras da categoria e costumam protagonizar campanhas de aumento salarial e melhores condições de trabalho. Para Tiago, a falta de representatividade é preocupante.

"Os rodoviários ficaram desassistidos no Legislativo. Antes, tínhamos dois mandatos, agora não temos nenhum. Hélio está na primeira suplência, mas não sei se ele terá a oportunidade de assumir uma cadeira. Mais um risco grande para a categoria, especialmente nas discussões sobre a retirada de cobradores", disse.

Tiago, no entanto, negou que tenha faltado apoio dos trabalhadores às candidaturas.

"O problema foi a divisão dos votos entre várias candidaturas do mesmo segmento. Lamentamos essa perda para a categoria. Vamos continuar a luta política no sindicato", afirmou. 

Os vereadores Hélio Ferreira e Tiago Ferreira obtiveram, respectivamente, 8.039 e 5.236 votos no último domingo (6). 

Futuro político 

Tiago Ferreira afirmou ao Farol que, até o momento, ainda não pensou sobre os próximos passos que dará na política. No entanto, deseja permanecer atuante e esperar ver, até o fim do mandato, a aprovação dos projetos de lei que encaminhou à Casa.

“Ainda estou digerindo o processo eleitoral e preciso avaliar meus próximos passos. Não tenho nenhuma expectativa clara sobre o que vou fazer, mas sei que continuarei na política. Seja no movimento sindical ou em outro espaço, não vou sair da política. Antes de ser vereador, já atuei em diversas áreas, e continuarei trabalhando pelo povo de Salvador”, disse.

"Tenho 28 projetos de lei encaminhados, sendo que muitos estão na CCJ [Comissão de Constituição e Justiça]. Embora deseje que todos sejam aprovados, sei que isso não será possível. No entanto, espero que, no futuro, outros vereadores abracem os projetos que enviei", concluiu. 

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